O senador Eunício Oliveira tem procurado a linha do equilíbrio como presidente do Congresso Nacional. O fortalecimento do presidente do Senado pede transparência no seu relacionamento e nas ações passadas e presentes de pelo menos três dos seus colegas: Renan Calheiros, Edison Lobão e Romero Jucá. Será difícil sustentar a bem da moral pública, esses senadores nas funções em que se encontram, sob pena de comprometimento com o corporativismo do Senado, quando se trata de julgar senadores. Próceres do PMDB reconhecem no histórico de Eunicio, duas características que o identificam: paciência e destemor.
A paciência sempre o acompanhou nas horas difíceis, tolerando manobras de correligionários que por duas vezes o afastaram da presidência nacional do PMDB. Aliado de Temer, era para substitui-lo na presidência do partido, mas terminou passado para trás pela mesma turma que hoje tenta solapá-lo, impondo-lhe a primeira derrota na escolha do presidente da Comissão de Constituição e Justiça. Eunicio queria o senador Raimundo Lira, do PMDB da Paraíba, mas foi derrotado por Renan Calheiros e José Sarney, que lançaram Edison Lobão na calada da noite. Há fortes indícios de que o presidente do Senado não hesitará em utilizar corretivos institucionais para ajustar a situação de acordo com os critérios orientados pela lei, como requer o momento político nacional, promovendo, com o seu destemor, a liquidação dos senadores que defendem a corrupção. Causa apreensão entre políticos ficha limpa, a ousadia de Renan, Sarney, Romero e Lobão, mantendo-se influentes.
Fernando Maia