quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Em artigo, Marina Silva pede que Temer abdique do cargo; leia a íntegra

A ex-ministra Marina Silva, líder da Rede Sustentabilidade, sugere em artigo que Temer renuncie. No texto, diz que o presidente ''perdeu a majestade''. Leia.
Rei de si mesmo
Espero que o homem das letras Michel Temer, nestes dias em que se senta à cadeira presidencial no Palácio do Planalto, possa lembrar-se de um livro que certamente leu, “Rei Lear”, do genial William Shakespeare. Apesar de minha entrada tardia no mundo letrado, ainda me considerava jovem quando o li pela primeira vez. Entretanto, o que mais me impressionou e foi para mim o ensinamento mais significativo, não foi a sagacidade de serpente das ambiciosas filhas mais velhas do rei, Goneril e Regana, nem a simplicidade de pomba da dedicada e fiel Cordélia, mas a paradoxal sensatez do bobo da corte, que não mediu palavras para admoestar seu senhor, dizendo-lhe de forma amorosa, ainda que irreverente: “tu não deverias ter ficado velho antes de ter ficado sábio”. Já não me considero tão jovem aos 58 anos e confesso que não é fácil revisitar a repreensão do bobo, quando ainda careço do atributo que ele exige.
Numa primeira e superficial olhada, a tragédia protagonizada por Lear parece simbolizar as agruras trazidas pela velhice do corpo. Mas a sentença do bobo estende-se a todo tipo de envelhecimento sem o indispensável preparo da sabedoria, tanto das pessoas quanto das instituições e de toda a civilização. E talvez o maior dano causado por essa irremediável falha ocorra exatamente quando acomete os alicerces do poder e das instituições, os paradigmas da ciência e da filosofia, os estímulos que ensejam o processo criativo da arte e as estruturas que sustentam as verdades das religiões. Para tudo isso pode –e inevitavelmente vai– chegar a velhice, que, sem o atenuante benéfico da sabedoria, traz males irremediáveis.
O exemplo está no lamento de Tirésias: “como é terrível saber, quando o saber de nada serve a quem o possui.” Está também no castigo de Procusto, que acabou por ter que deitar na cama que usava como armadilha para ajustar o tamanho dos outros a seu deleite cruel e egoísta. E, certamente, está na mulher do julgamento de Salomão, que se descredenciou como digna do filho a quem dizia tanto querer por ter preferido retê-lo morto, partido ao meio, ao invés de deixá-lo vivo no seio de outra mulher.
Nestes momentos, que a moda é chamar de “estranhos e difíceis”, a maior dificuldade vem da estranheza que sentimos com impotência da política. Ao invés de ser instrumento para nos ajudar a resolver os problemas, a política tornou-se uma fonte geradora de mais e maiores problemas. A política, ao que parece, envelheceu sem sabedoria.
Em tal situação, resta buscar em outros suportes do espírito humano, ainda mais antigos, a sabedoria que possa acorrer em nossa ajuda. Primeiro na fé, a bem-aventurança da humildade que ensina: quando somos fracos é que somos fortes. Mas a arte também pode nos ensinar, e eis a genialidade da tragédia shakespeariana de Rei Lear: quem não tem grandeza para abrir mão de ser rei quando já perdeu a majestade, induz à total insurgência, aquela em que o sujeito insurgiu-se contra tudo e contra todos, inclusive e sobretudo contra si mesmo.
Essa sabedoria a arte herdou da mitologia, como mostram os insights de Joseph Campbell: o que institui o herói como tal, não é a sua extraordinária coragem para vencer a permanência do medo nem a grandiosidade de seus feitos sobre-humanos em concorrência com os poderes dos deuses, mas a humana e frágil decisão de não recusar-se ao chamado.
Saber qual é o seu verdadeiro chamado é uma arte. E isso só se pode entender após os benéficos resultados de não tê-lo recusado, pois o que o recusa, ensina Campbell, perde-se para sempre, principalmente de si mesmo –e jamais será reencontrado.
O chamado, na maioria das vezes, não dá sinais de que é um chamado. Ele apenas nos compromete e implica. Pode ser para lutar, como Davi; para não reagir, como Gandhi; para perdoar, como Mandela; para doar, como Tereza de Calcutá; para surpreender, como Duchamp; para revolucionar, como Simone de Beauvoir; para preservar, como Chico Mendes. E tudo o que todos esses fizeram –da forma mais eficaz que se pode fazer, que é com o exemplo extraído da própria vida– foi admoestar, mesmo correndo o risco de parecer bobagem, como o bobo da corte de Lear.
Aliás, as melhores admoestações vêm mais das bobagens ditas a nosso respeito pelos que nos são distantes do que dos próximos, que às vezes nos usam como boia na tentativa de não naufragarem em suas próprias insuficiências. Costumo dizer que Deus, em sua misericórdia, nem sempre manda anjos para nos ajudarem lançando flores em nosso caminho. Na maioria das vezes, atiram pedras e cravam espinhos. Cuidemos para que algum não nos chame à luta corporal e nos possa ferir “sobre a juntura da coxa”, como fez com o insistente Jacó. Esforço-me para ser grata pelos que, de vez em quando, encontro no caminho.
Por isso penso que o mais importante é entender e atender ao chamado. Quando não o atendemos, precisamos que a misericórdia de Deus nos venha em socorro, como fez com Jonas pela boca do peixe, para nos conduzir ao lugar onde o dever se realize.
Ocorre-me que é por isso que a velha e sábia Educação sempre deu tanta importância ao que se chamava de “vocação” (vocatio = chamado), assim como a política antes de envelhecer dava importância à utopia, muito mais que ao pragmatismo.
Em algum ponto perdeu-se o ideal, deixou-se de ouvir o chamado, e a maior parte da geração que está no poder parece irremediavelmente perdida. Mas ainda nos reencontraríamos se, num momento de sabedoria, ouvíssemos o chamado do bobo shakespeariano que também ecoa nos versos de Pessoa: “Abdica, e sê rei de ti mesmo”.
Poder 360

Justiça bloqueia R$ 1 milhão de Joseph Safra

A Justiça bloqueou 1 milhão de reais em bens do banqueiro Joseph Safra no processo que investiga a manipulação em julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o Carf. A Justiça aceitou um pedido do Ministério Público Federal. Safra é investigado por tentar subornar dois servidores da Receita. A defesa alegou que o bloqueio não devia ocorrer porque o banqueiro já foi excluído da ação. 

ONU diz que Brasil perdeu 15 bi em investimentos

A Organização das Nações Unidas informou que o Brasil perdeu 15 bilhões de dólares em investimentos entre 2015 e 2016. Segundo o levantamento feito pela Conferência da ONU para Desenvolvimento e Comércio, as empresas reduziram suas apostas no país por causa da recessão. Com isso o Brasil ficou em sexto lugar entre os principais destinos de multinacionais. O ranking foi liderado pelos Estados Unidos. Em seguida aparecem Reino Unido e China.  

Eunício Oliveira é eleito presidente do Senado

O Senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) foi eleito nesta quarta-feira (1º) presidente do Senado e do Congresso Nacional para os próximos dois anos. Ele recebeu 61 votos e derrotou na eleição José Medeiros (PSD-MT), que recebeu 10 votos- outros 10 senadores votaram em branco. 

Pai de quatro filhos, Eunício nasceu em setembro de 1952 em Lavras da Mangabeira, município no Centro-Sul do Ceará, localizado a 400 quilômetros da capital, Fortaleza. O senador é casado com Mônica Paes de Andrade, filha do ex-deputado e ex-presidente do PMDB Paes de Andrade (que morreu aos 88 anos em 2015). 

Aliado do presidente Michel Temer, Eunício Oliveira vai suceder no cargo Renan Calheiros (PMDB-AL) e controlará um orçamento de R$ 4,2 bilhões por ano. Considerado um "político habilidoso" pelos colegas, o parlamentar passou as últimas semanas se reunindo com lideranças partidárias em busca de apoio para sua eleição. 

Ele prometeu, por exemplo, ao PSDB – segunda maior bancada da Casa (12 senadores) – a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e dois assentos na Mesa Diretora: a Primeira-vice-presidência e a Quarta Secretaria. Diante dessas negociações, o PSDB aceitou apoiar Eunício, assim como PP, PSD, PTB, DEM e PSB, entre outros.

Sorteio do relator da Lava Jato ocorre na quinta-feira (2)



O sorteio da relatoria da Operação Lava Jato será realizado na quinta-feira (2).A ministra Cármen Lúcia, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal),consultou na tarde desta quarta (1º) todos os ministros sobre o pedido de mudança feito pelo ministro Edson Fachin, que se dispôs a mudar da Primeira para a Segunda Turma, que julga os casos da Operação Lava Jato na corte.
Então relator da Lava Jato, Teori pautava na Segunda Turma os casos que chegavam ao Supremo relativos à operação, como, por exemplo, recebimento de denúncia contra senador ou deputado federal.
Fachin oficializou o pedido para mudar de Turma nesta manhã, quando os ministros começaram a retomar as atividades do Supremo.
Cármen Lúcia deve sortear a relatoria do processo entre a Segunda Turma do tribunal. Ao escolhido caberá retirar ou não o sigilo dos depoimentos dos 77 executivos e ex-executivos da empreiteira que fecharam acordo de colaboração.A eventual retirada do sigilo gera apreensão no Planalto e Congresso Nacional pelo teor considerado explosivo diante da citação de vários políticos.
Já fazem parte da Segunda Turma os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Com informações da Folhapress.

Chanceler alemã responde a críticas dos EUA

A chanceler alemã, Angela Merkel, respondeu a críticas feitas pelo diretor do Conselho Nacional do Comércio dos Estados Unidos, Peter Navarro. Ele afirmou que o euro é supervisionado pelo Banco Central Europeu e que a Alemanha apoia a independência da instituição. Merkel afirmou que por isso ela não pode e nem quer mudar nada sobre a atual situação.

Todos contra Maia

A candidatura de Maia à reeleição enfrenta processos de inconstitucionalidade no STF. O principal argumento é de que a Constituição e o regimento interno da Casa impedem que o parlamentar seja reeleito na mesma legislatura. Ele foi eleito para um mandato tampão após a queda do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. 

STF faz homenagem a Teori

O Supremo Tribunal Federal retomou os trabalhos com uma homenagem ao ministro Teori Zavascki, que morreu num acidente aéreo em Paraty, no mês passado. O ministro Celso de Mello, que está há mais tempo no STF, falou pelos colegas. Ele afirmou que a Corte, inspirada pelo legado de Teori, não hesitará em seu dever de combater e punir práticas criminosas.

Zezinho Albuquerque é empossado presidente da Assembleia Legislativa do Ceará

Foto: Máximo Moura
A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa para o biênio 2017/2018, presidida pelo deputado Zezinho Albuquerque (PDT), foi empossada em sessão solene realizada na manhã desta quarta-feira (01/02). O parlamentar lembrou que essa será sua terceira gestão como presidente da Casa e adiantou que uma das metas é “aproximar a AL do povo cearense”.
Zezinho Albuquerque informou  também que continuará fortalecendo os serviços que a Assembleia oferece à sociedade, como a Universidade do Parlamento (Unipace), a Casa do Cidadão, o Procon AL, o Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos, O Parlamento e sua História, entre outros.
O parlamentar disse que dará continuidade aos projetos com bons resultados. Entre eles, citou O Ceará sem Drogas, que atua na conscientização e prevenção ao uso de entorpecentes. “O programa tem gerado bons frutos, como os Conselhos Municipais Contra as Drogas”, comentou.
Os investimentos na melhoria da infraestrutura da Assembleia também estão entre as prioridades para os próximos dois anos. “Estamos realizando a construção de um novo auditório e inauguramos o nosso estúdio panorâmico, o primeiro de uma TV pública brasileira”, ressaltou.
Zezinho  Albuquerque também assumiu o compromisso de continuar incentivando o trabalho da Frente Parlamentar para Transposição do Rio São Francisco. “Nosso povo precisa dessa obra finalizada o mais rápido possível”, defendeu.
Além disso, o presidente citou conquistas alcançadas nos últimos anos. “A mais importante foi o Plano de Cargos e Carreiras dos Servidores, uma reivindicação histórica, de mais de 20 anos, que foi alcançada na nossa gestão”, destacou.
Eleita em 1º de dezembro de 2016, a nova composição da Mesa Diretora conta com os deputados Tin Gomes (PHS) na 1ª Vice-Presidência; Manoel Duca na 2ª Vice-Presidência; Audic Mota (PMDB) na 1ª Secretária; João Jaime (DEM) na 2ª secretaria; Julinho (PDT) na 3ª Secretária; e Augusta Brito (PCdoB) na 4ª Secretária. Os deputados Robério Monteiro (PDT), Ferreira Aragão (PDT) e Bruno Pedrosa (PP) serão os 1º, 2º e 3º suplentes, respectivamente. 
A sessão contou com a presença do governador do Estado, Camilo Santana; do presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), o desembargador Francisco Gladyson Pontes; e do presidente do Tribunal de Contas do Estado, Edilberto Carlos Pontes, entre outras autoridades.
PE/GS

DEM também faz parte da base de Camilo Santana na Assembleia

O DEM do Ceará vai desembarcar na base de apoio do governador Camilo Santana (PT). Anunciou o partido, nesta quarta-feira, por meio de nota assinada por sua cúpula que tem como presidente o vice-prefeito de Fortaleza, Moroni Torgan.
A nota é endossada por Chiquinho Feitosa, dirigente municipal, e pelo deputado da legenda, no caso João Jaime. O parlamentar, em conversa com o Blog, disse que seu partido avalia como positiva a reforma do secretariado feita pelo governador e que, por conta dessa e de outras ações que Camilo vem adotando – ganhou o aval da legenda.
O apoio do DEM a Camilo Santana acontece no início dos trabalhos da Assembleia Legislativa quando sua gestão mandou para aquela Casa um pacote de reforma administrativa e de corte de gastos.
Confira a nota 
A direção estadual do Democratas afirma, por nota, considerar as práticas governativas do governador Camilo Santana, perspicazes.
Posto à prova, Camilo se pôs num estilo político fixado no mais amplo diálogo, tanto do ponto de vista interno, como externo. Sua simplicidade ao dirigir o governo, distingue-o do tipo corporativista e protecionista.
A julgar pelas suas últimas ações político-administrativas, que surpreendeu a todos, trazendo Maia Jr. (PSDB) para o Planejamento do Governo, e o ex-reitor da UFC, prof. Jesualdo Farias, para a Pasta das Cidades.
Sua ousadia, o faz emergir para um ponto de inflexão necessário nesta segunda metade do mandato.
Com essas alterações na equipe, o governador inicia a montagem de um projeto de engenharia política demarcado, sobretudo, no bom senso e no apartidarismo.
Desta forma, nós, que fazemos o DEM estadual, não podemos deixar de aplaudir iniciativas que convergem com nossa prática de governabilidade. E, por assim entender, que estas ações são merecedoras de nosso respeito, declaramos apoio ao Governador Camilo Santana.
Deputado João Jaime
Chiquinho Feitosa
Moroni Torgan

Blog do Eliomar de Lima 

Agenda do governador Camilo Santana para esta quarta-feira, 1º de fevereiro


10h: Posse do presidente da Assembleia Legislativa, Zezinho Albuquerque


11h30: Visita a obras


14h: Reuniões internas

Cinco deputados irão concorrer à presidência da Câmara, quem vence ?

Nesta quinta-feira (2), a Câmara dos Deputados escolhe quem ficará à frente da Casa pelos próximos dois anos. As inscrições para se candidatar ao cargo estão abertas até as 23h desta quarta-feira (1º). Até o momento, cinco deputados devem disputar o cargo.
Entre os candidatos, quatro são considerados de partidos da base aliada do governo: Rodrigo Maia (DEM-RJ) – que não se lançou oficialmente candidato –, Jovair Arantes (PTB-GO), Rogério Rosso (PSD-DF) e Júlio Delgado (PSB-MG). André Figueiredo (PDT-CE) é da oposição. Conheça mais sobre cada um dos candidatos à presidência da Câmara.
Rodrigo Maia
Embora não tenha se lançado oficialmente para o cargo, Maia é um dos favoritos na disputa. Sua candidatura no entanto é cercada de polêmicas. Como foi o último presidente da Casa, ele não poderia, na teoria, concorrer novamente ao cargo. Ontem (30), os quatro deputados que disputam a presidência com Maia recorreram ao Supremo para tentar barrar sua candidatura, já que o Artigo 57 da Constituição Federal diz que é “vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição [da Mesa Diretora] imediatamente subsequente”.
Rodrigo Maia, porém, segue o entendimento de que não teria realizado um mandato completo. Ele foi eleito presidente da Câmara em julho de 2016 para um mandato-tampão, após a cassação do então presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A discussão sobre a legalidade da candidatura de Maia passou pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na CCJ, o parecer foi favorável à candidatura. Já o STF terá uma definição só após as eleições.
O Executivo está de olho nas eleições porque pretende colocar matérias consideradas primordiais em votação neste ano. Entre as matérias que o Executivo quer discutir estão a reforma da Previdência e a reforma Trabalhista.
Nascido no Chile, ele é filho do ex-prefeito do Rio de Janeiro César Maia. A trajetória dele na Câmara dos Deputados começou em 1999 e esta é sua quinta legislatura. Antes de ser presidente da Casa, foi líder do PFL (2003-2005) e presidente de diversas comissões temáticas da Câmara.
Jovair Arantes
Dentre os postulantes à cadeira de presidente, Jovair Arantes é o candidato com mais tempo de Casa: está em sua sexta legislatura e ocupa a vaga desde 1995.
Assim como Rosso, Jovair é do chamado Bloco do Centrão e vai disputar os votos da base com Maia e Rosso. Durante toda a campanha, ele tem viajado às bases dos deputados em busca de apoio.
Em sua plataforma, defende o fim de votações noturnas e a independência da Câmara. “Vou colocar as matérias importantes que o governo federal quer que coloque. Mas quem vai aprovar ou não são os deputados”, disse em campanha.
Na Câmara, Jovair foi o relator da comissão especial que analisou o pedido de impeachment da presidente Dilma Roussef, em 2016. Ele chegou a ensaiar uma candidatura para a presidência da Casa no ano passado, mas desistiu para apoiar Rogério Rosso.
Rogério Rosso
Derrotado por Rodrigo Maia no segundo turno da eleição para a presidência da Câmara em 2016, Rosso chegou a suspender a campanha e liberou os deputados do partido para votarem em qualquer candidato. Ontem (30), porém, retomou a campanha, depois de ser informado que o pedido de impugnação da campanha de Maia não está na pauta do STF nesta semana.
A carreira política de Rosso também é marcada por um mandato tampão como governador do Distrito Federal. Ele foi escolhido em 2010 por eleição indireta e substituiu, por oito meses, José Roberto Arruda – afastado por denúncias de corrupção. Um ano depois, assumiu uma vaga de deputado federal – Rosso era suplente de Tadeu Filipelli – e ficou até 2012.
Em 2014, Rosso foi o segundo deputado mais votado do Distrito Federal. Na Câmara, presidiu a Comissão Especial que analisou o pedido de impeachment de Dilma Rousseff.
Como plataforma de campanha, Rosso defende que o legislativo tenha “mais autonomia” em relação à pauta discutida em Plenário. “Nem 3% das proposições vem do Legislativo. A Câmara tem sido reativa e não propositiva”, disse durante transmissão que fez na rede social Facebook ao lançar sua campanha. Rosso também defende que sessões comecem mais cedo e acabem mais cedo para as votações não se extenderem pela madrugada.
André Figueiredo
Concorrendo contra três candidatos da base aliada do governo, André Figueiredo é o principal nome dos congressistas de oposição a Michel Temer. Último a lançar candidatura, Figueiredo espera contar com o apoio do PT, PCdoB, PSOL, Rede e de parte dos deputados do PSB.
Durante o lançamento da candidatura, Figueiredo disse que deseja mudar a relação da Casa com o Executivo: “Ou a Câmara servia como elemento de obstrução ao antigo governo, chantageando, fazendo todo tipo de ameaças em prol de benefícios, na maioria das vezes, escusos; ou a Câmara virou, nos últimos tempos, um mero carimbador da vontade do Poder Executivo. Então, não podemos ter uma Câmara que seja totalmente subserviente ao governo nem conspiradora do Poder Executivo”.
Caso seja eleito presidente da Casa, Figueiredo quer reduzir o número de comissões especiais que, de acordo com ele, tira a importância das comissões permanentes; propor uma ordem do dia que não avance pela madrugada e ampliar o debate de temas como, por exemplo, a proposta de Reforma da Previdência.
Figueiredo começou a trajetória na Câmara dos Deputados em 2005. Na primeira legislatura ficou até 2007 e voltou em 2011. Em 2015, assumiu o cargo de ministro das Comunicações do governo, que ocupou até maio de 2016.
Júlio Delgado
Na segunda-feira (30), o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) lançou candidatura avulsa dentro do partido. Delgado não tem o apoio do seu partido, o PSB, que deve apoiar Rodrigo Maia.
Em sua página oficial no Facebook, Delgado afirma que deseja “consolidar o Legislativo um poder autônomo”. “Não podemos ter na presidência da Casa uma espécie de líder do governo ou um opositor a ele. Somente a independência entre os poderes é capaz de resgatar o respeito da sociedade ao Parlamento e possibilitar sua representação como determina a Constituição. E é exatamente isso que propomos através da nossa candidatura”, disse.
Deputado federal desde 1999, Delgado está na quarta legislatura. Ele já foi líder do PPS em 2004 e 2005 – partido ao qual foi filiado entre 2001 e 2005 – e do PSB, em 2014 e 2015. Em 2005, ele foi o relator do processo que cassou o então deputado federal José Dirceu.