terça-feira, 8 de março de 2016

3 milhões já confirmaram presença em ato contra Dilma Rousseff dia 13

A julgar por alguns indicadores importantes, a manifestação de domingo contra Dilma Rousseff vai bombar — ao menos em São Paulo.
Até agora, 3 milhões de paulistanos confirmaram presença, via rede social. Para que o leitor possa comparar, esse número subiu 50% entre sexta-feira e ontem.
É um número muito maior do que os registrados na primeira grande manifestação anti-Dilma, realizada há um ano.
Entretanto, não há hoje números claros sobre o protesto nas outras grandes capitais brasileiras.
Lauro Jardim

Laís Nunes denuncia descaso da Prefeitura de Icó na habitação

A deputada Laís Nunes (PMB) denunciou, durante o primeiro expediente da sessão plenária desta terça-feira (08/03), a situação preocupante que o município de Icó enfrenta em relação à habitação. Segundo a parlamentar, o atual prefeito de Icó, Jaime Júnior, tem abandonado políticas públicas de sucesso realizadas por gestões anteriores no município, relacionadas com programas habitacionais.
De acordo com a deputada, “em sua gestão, o ex-prefeito de Icó, Neto Nunes, regularizou a situação do loteamento que deu origem ao Bairro Cidade Nova; transformou antigas ruas do município, mudando completamente a realidade social de inúmeras famílias que viviam em péssimas condições de moradia e de segurança, em casas de pau a pique e cobertura de lona, além de lama e esgoto a céu aberto”.
Laís Nunes observou que “o também ex-prefeito Marcos Nunes também intensificou o trabalho para a captação de recursos e execução de grandioso projeto de construção de moradias populares, buscando cumprir todas as etapas do programa Minha Casa, Minha Vida, no desejo de construir moradias para as famílias que foram cadastradas pela Secretaria de Ação Social do município”.
Segundo a deputada, o atual prefeito Jaime Júnior mandou alterar o cadastro social, excluindo famílias reconhecidamente carentes, e ainda não atendeu o compromisso de garantir uma estação de tratamento de água para o abastecimento de conjuntos habitacionais em Icó.
“Esta estação de tratamento estava orçada em apenas R$ 900 mil, um valor irrelevante para uma prefeitura que tem um caixa girando em torno de R$ 10 milhões”, lamentou a parlamentar.
Ainda segundo Laís Nunes, “mesmo se não tivesse as condições para a realização da obra, a prefeitura poderia recorrer às instâncias do Estado ou da União para a concretização do projeto”.
ALECE

IFCE oferta mais de 600 vagas paras cursos técnicos em Fortaleza e Sobral

O Instituto Federal do Ceará (IFCE) abre mais 615 vagas em cursos técnicos nas áreas de Edificações, Mecânica Industria, Telecomunicações, Instrumento Musical, Segurança do Trabalho, Panificação, Agroindústria, Eletrotécnica e Meio Ambiente. As inscrições começam na quarta-feira (9) e seguem até o dia 25 de março de 2016 no site.
O prazo para solicitar isenção da taxa de inscrição segue até o dia 6 de março de 2016, no horário de 8 às 12 horas e de 13h às 17 horas, em Fortaleza e em Sobral. O boleto dos candidatos que não serão isentos pode ser impresso no ato da inscrição online. O valor da taxa de participação é de R$ 40. Confira o edital completo 

Marcelo Odebrecht é condenado a 19 anos e 4 meses de prisão

O juiz Sérgio Moro condenou a 19 anos de prisão o empresário Marcelo Odebrecht e outros dois ex-executivos da empresa, Márcio Faria e Rogério Araújo, pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Outros dois ex-executivos do grupo foram condenados a penas um pouco menores. Alexandrino Alencar foi condenado a 15 anos, sete meses e dez dias de reclusão e César Ramos Rocha a 9 anos, dez meses e 20 dias por corrupção e de associação criminosa.

A maior pena dos condenados na Lava-Jato é a do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, da área de Engenharia e Serviços, com 20 anos e oito meses.

Nesta terça-feira, o GLOBO revelou que o empresário e Léo Pinheiro, que comandavam duas das maiores empreiteiras envolvidas no escândalo de corrupção na Petrobras — a Odebrecht e a OAS —, estão fechando um acordo entre eles para, em seguida, começar a negociar colaboração premiada com a força-tarefa do Ministério Público Federal à frente das investigações da Operação Lava-Jato. A informação foi passada ao GLOBO por uma pessoa ligada a um dos executivos. Vale ressaltar que a pena aplicada pelo juiz Sérgio Moro não é impeditivo para o empresário colaborar com as investigações.

Numa operação casada, Marcelo e Léo Pinheiro querem se colocar à disposição dos procuradores para delatar o que sabem sobre a corrupção na Petrobras e em outras áreas da administração pública. Em troca, pretendem receber os benefícios previstos em lei, assim como outros réus da Lava-Jato. O acordo, segundo a fonte, não envolve combinação de versões entre os executivos. O plano é os dois fazerem opções simultâneas por uma mesma tentativa de resolver o problema.

O Globo

segunda-feira, 7 de março de 2016

Bispo convoca fiéis a vencer o mal “daqueles que se autodenominam jararacas”. Opa Lula !

Lula se comparou a uma jararaca na sexta-feira (4), após ser obrigado a depor aos investigadores da Operação Lava Jato.
Na tarde deste domingo (6), o bispo Dom Darci José Nicioli, da Igreja Nossa Senhora da Aparecida, em São Paulo, orientou os fiéis a vencer o mal “daqueles que se autodenominam jararacas”.
O vídeo, reproduzido e transcrito abaixo, foi compartilhado nas redes sociais pelo deputado federal Lucio Vieira Lima (PMDB-BA).
“Agora o bicho pegou de vez”, escreveu o peemedebista.
Curiosamente, Dom Darci foi eleito, em abril de 2015, presidente da Comissão para a Comunicação da CNBB.
Como o PT aparelhou a CNBB há muitos anos, este blog torce para que Dom Darci também livre a entidade de todas as jararacas.
Assista:

Juiz Sérgio Moro da Operação Lava Jato chega a Paraíba

‘Investimento, Corrupção e o Papel do Estado – um Diálogo Suíço Brasileiro’ é o tema da conferência que reunirá palestrantes brasileiros e suíços com apoio da Escola da Magistratura Federal e o TRF da 5ª Região
O Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) sediará, em maio, a conferência internacional sobre ‘Investimento, Corrupção e o Papel do Estado – Um Diálogo Suíço Brasileiro’. O juiz federalismo professor da Universidade Federal do Paraná, Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, será um dos palestrantes.
O evento é uma parceria inédita entre o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Université de Lausanne, a International Law Association – ramo brasileiro (Ila Brasil), e a ILA Suíça (International Law Association – Swiss Branch. A Escola da Magistratura Federal e o Tribunal Regional Federal da 5ª Região apoiarão o evento.
A International Law Association – ramo brasileiro (Ila Brasil) tem como presidente o procurador do Ministério Público de Contas do TCE-PB, Marcílio Toscano Franca Filho.
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O presidente do TCE-PB, conselheiro Arthur Cunha Lima, afirmou que o apoio ao evento é também uma forma de disseminar as ações pedagógicas de orientar órgãos de controle externo e gestores sobre o papel de cada um no combate à corrupção.
O evento trará a João Pessoa professores de renome internacional, das principais universidades do Brasil, de Genebra e Lausana na Suiça. O juiz Sérgio Moro é também professor da Universidade Federal do Paraná.
A iniciativa conta com financiamento no âmbito do ‘Brazilian Swiss Joit Research Programme’, um programa da Secretaria de Estado da Educação, Investigação e Inovação (SERI) do Governo Federal Suíço, destinado a promover a cooperação acadêmica entre cientistas, laboratórios e organizações baseadas no Brasil e na Suíça.
Para a conferência foram selecionados 14 projetos, que receberam financiamento do ‘Brazilian Swiss Joint Research Programme’, entre os quais destaca-se a proposta dos professores, o paraibano Marcílio Franca, e Andreas Ziegler, da Universidade de Lausanne, única aprovada na área do Direito.
Ascom/TCE-PB

PT convoca manifestação para dia 13 em Brasília

O diretório do Partido dos Trabalhadores em Brasília está convocando apoiadores do ex-presidente Lula para protestarem contra as ações da Polícia Federal no próximo domingo (13).
O ato será na Rodoviária de Brasília, a pouco mais de dois quilômetros da manifestação pró-impeachment no gramado do Congresso Nacional, marcada desde dezembro de 2015.
Confronto
Para evitar confrontos, o governo colocou os militares das Forças Armadas de prontidão. A Aeronáutica adiou o evento da troca da bandeira na Praça dos Três Poderes, que acontece no primeiro domingo do mês, para o dia 13.

Os militares, porém, negam que a mudança tenha relação com os protestos. Segundo apuração do jornal O Globo, a Força Aérea estava mobilizada para realização da “Corrida da Paz”, do dia 21 de fevereiro, e não teve tempo para treinar os militares para a troca da bandeira.

Após ataques a delegacias, Camilo desafia crime organizado: 'não irá nos intimidar'

Ainda sem admitir publicamente a existência do crime organizado (Primeiro Comando da Capital - PCC - e Comando Vermelho - CV) no Ceará, o governador Camilo Santana (PT) declarou guerra às facções criminosas através da conta no Facebook neste sábado (5).
"Para cada ação criminosa, intensificaremos ainda mais as nossas ações de combate ao crime. As forças de segurança de nosso estado tem meu apoio irrestrito. O crime não irá nos intimidar".
Nos últimos dias, quatro ataques a delegacias de Fortaleza e sete ônibus incendiados forçaram um posicionamento do governador do Estado. Os ataques foram uma retaliação a transferência, de presídios locais para instituições federais, de membros das facções.
O governador chegou a sugerir a instalação de bloqueadores de sinal de telefonia móvel nos presídios, porém, por medo de retaliações, a medida existe apenas no papel. 
Confira a declaração do governador
"Sobre os ataques a ônibus e delegacias:
Todos esses casos estão sendo acompanhados e investigados de forma rigorosa. Sete pessoas já foram presas. Outras foram identificadas e também serão presas. Essa é uma clara reação ao intenso trabalho de combate ao crime que temos realizado no Ceará. 
Não iremos recuar um centímetro nesse combate. Muito pelo contrário, para cada ação criminosa, intensificaremos ainda mais as nossas ações de combate ao crime. As forças de segurança de nosso estado tem meu apoio irrestrito.
O crime não irá nos intimidar.
Disso podem ter absoluta certeza".
Ceará news 7

Ciro Gomes chama Capitão Wagner de 'vagabundo', volta a acusá-lo de assassinatos e diz que vai 'atropelá-lo'

“Nós vamos passar por cima desse vagabundo, e não vai sobrar pedaço de milícia pra ninguém”.  
A declaração  partiu do ex-governador do Estado, Ciro Gomes, ao desferir mais um virulento ataque ao deputado estadual Capitão Wagner (PR). O fato ocorreu na última sexta-feira (4) na cidade de Sobral, durante uma entrevista. Ciro novamente acusou o parlamentar de ser chefe de milícia e de comandar assassinatos no Ceará.
“Você que gosta de estudar, faça um levantamento da curva dos homicídios no Ceará. Você verá que no dia do motim (greve de policiais militares) que ele comandou, houve uma explosão (de assassinatos), porque ele é ligado”, disse o ex-governador.
E foi mais além: “No dia que o Camilo (Santana) anunciou que caíram os homicídios no Ceará, no dia seguinte aconteceu uma chacina, ou uma onda de boatos. Esse tipo de coisas é que faz o tal de Wagner ter projeção”.
Ciro aproveitou, ainda, para alfinetar a pré-candidatura do Capitão Wagner à prefeito de Fortaleza  nas próximas eleições. “Agora, bota ele num debate na televisão para falar sobre Fortaleza, sobre os problemas de Fortaleza, o que é preciso fazer, Você vai ver o ridículo que vai ser. Nós vamos passar por cima desse vagabundo, com a mão do povo. Não vai sobrar pedaço de milícia pra ninguém”, repetiu.
A entrevista aconteceu nos estúdios da Rádio Educadora de Sobral, na última sexta-feira, durante o programa “Bastidores da Política”, retransmitido por mais duas emissoras da Região Norte.  Ao lado dele estavam  o prefeito de Sobral, Veveu Arruda; e o deputado estadual Ivo Gomes, irmão de Ciro.

Ceará News 7

sábado, 5 de março de 2016

Leia a nota onde Sérgio Moro repudia ‘incitação à prática de violência’ durante condução de Lula


O juiz federal Sérgio Moro declarou neste sábado, 5, que ‘repudia, sem prejuízo da liberdade de expressão e de manifestação política, atos de violência de qualquer natureza, origem e direcionamento, bem como a incitação à prática de violência, ofensas ou ameaças a quem quer que seja, a investigados, a partidos políticos, a instituições constituídas ou a qualquer pessoa’.

A manifestação do juiz da Lava Jato, em nota oficial, ocorre um dia depois da deflagração da Operação Aletheia, que pegou o ex ­presidente Lula e o levou para depor coercitivamente. O petista foi surpreendido pela Polícia Federal em sua residência, em São Bernardo do Campo, e levado para uma sala no Aeroporto Internacional de São Paulo em Congonhas. Durante o depoimento de Lula, que se prolongou por mais de três horas, manifestantes se confrontaram nas ruas da cidade. Pancadarias foram registradas em diversos locais.

O juiz federal Sérgio Moro declarou neste sábado, 5, que ‘repudia, sem prejuízo da liberdade de expressão e de manifestação política, atos de violência de qualquer natureza, origem e direcionamento, bem como a incitação à prática de violência, ofensas ou ameaças a quem quer que seja, a investigados, a partidos políticos, a instituições constituídas ou a qualquer pessoa’. 

A manifestação do juiz da Lava Jato, em nota oficial, ocorre um dia depois da deflagração da Operação Aletheia, que pegou o ex­ presidente Lula e o levou para depor coercitivamente. O petista foi surpreendido pela Polícia Federal em sua residência, em São Bernardo do Campo, e levado para uma sala no Aeroporto Internacional de São Paulo em Congonhas. Durante o depoimento de Lula, que se prolongou por mais de três horas, manifestantes se confrontaram nas ruas da cidade. Pancadarias foram registradas em diversos locais.

A Aletheia – 24.ª fase e ápice da Lava Jato – foi desencadeada por ordem de Moro, que acolheu representação do Ministério Público Federal.Em nota oficial, o magistrado destacou que ‘a democracia reclama tolerância em relação a opiniões divergentes e respeito às instituições constituídas e à qualquer pessoa’. 

Moro demonstrou ter ficado consternado com o clima acirrado. ” A pedido do Ministério Público Federal, este juiz autorizou a realização de buscas e apreensões e condução coercitiva do ex­ presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prestar depoimento. Como consignado na decisão, essas medidas investigatórias visam apenas o esclarecimento da verdade e não significam antecipação de culpa do ex ­presidente.

O juiz observa que ‘cuidados foram tomados para preservar, durante a diligência, a imagem do ex­ presidente’ “Lamenta ­se que as diligências tenham levado a pontuais confrontos em manifestação políticas inflamadas, com agressões a inocentes, exatamente o que se pretendia evitar.”

Moro disse que ‘ repudia, sem prejuízo da liberdade de expressão e de manifestação política, atos de violência de qualquer natureza, origem e direcionamento, bem como a incitação à prática de violência, ofensas ou ameaças a quem quer que seja, a investigados, a partidos políticos, a instituições constituídas ou a qualquer pessoa’. “A democracia em uma sociedade livre reclama tolerância em relação a opiniões divergentes, respeito à lei e às instituições constituídas e compreensão em relação ao outro.

Leia a nota na íntegra:

Dilma não apresenta um rumo para o Brasil sair da crise e não tem mais a capacidade de governar

Delcídio do Amaral acusou Lula e Dilma Rousseff de terem cometido crimes. Lula foi conduzido coercitivamente à Polícia Federal para depor. A Lava Jato avança sobre o Palácio do Planalto.
Nesse cenário, há duas perguntas principais ouvidas em Brasília: 1) Dilma Rousseff terá poder de reação para sair da crise política, aprovar medidas para recuperar a economia e ficar na cadeira até 2018? 2) A oposição tem músculos suficientes para organizar um processo de impeachment para forçar uma troca de governo nas próximas semanas ou meses?
Para tentar responder a essas perguntas é necessário revisitar o processo que produziu a atual conjuntura política no Brasil.
Logo depois da segunda posse de Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, em 1º de janeiro de 2015, passou a existir na sociedade um sentimento difuso sobre a capacidade gerencial da petista. Algo como “ela é honesta, mas não sabe governar”.
Essa sensação ficou em estado de hibernação no ano passado. Não se disseminou de maneira generalizada na sociedade. Era como se parte dos brasileiros dissesse: “Vamos esperar um pouco para ver como ela vai lidar com a crise econômica. Vamos ver como evoluem as investigações de corrupção”.
Essa benevolência contida dos brasileiros ficou clara na adesão modesta aos atos de protesto durante 2015. Nunca houve manifestações nas quais se enxergava todo o país representado –embora o volume de pessoas tenha sido expressivo em algumas oportunidades.
Os eventos das últimas semanas podem (e parecem) marcar o final dessa relação condescendente.
Passado o hiato que foi do Natal de 2015 até o Carnaval de 2016, o aumento do mau humor geral passou a ser mais visível dentro do Congresso e em círculos frequentados por agentes econômicos e financeiros, em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Até o final de 2015, ouvia-se de muitos críticos de Dilma Rousseff afirmações sobre a inconveniência de uma interrupção do mandato presidencial.
O clima até o início deste ano era assim: “É ruim para o Brasil que a presidente saia apenas por ser incompetente. Ela pode não ser a pessoa adequada para estar no comando, mas seria muito traumático retirá-la só por essa razão. Estaríamos banalizando o instrumento do impeachment. O melhor é que ela consiga contornar a crise e o país volte a se estabilizar. Em 2018 muda-se o governo”.
Agora, as avaliações se tornaram bem diferentes e menos compreensivas. Mesmo quem antes era ponderado e contra o impeachment agora fala de maneira direta sobre a incapacidade de Dilma para reagir. “Não há rumo nem perspectiva”, sintetizou ao UOL a veterana deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), de 81 anos.
É raríssimo nos meios políticos, empresariais e financeiros alguém que acredite na capacidade de a presidente Dilma Rousseff fazer o país voltar a ter um ambiente propício à recuperação. A síntese é assim: “Com o atual governo, o Brasil ficará parado ou vai andar para trás até 2018”.
Contribui para o pessimismo geral o forte “efeito demonstração” da Argentina.
O país vizinho está com a economia depauperada. O parque industrial é sucateado. Parte da dívida externa argentina continua em moratória. Mas bastou Mauricio Macri ser eleito, em novembro de 2015, para que a credibilidade do país melhorasse de maneira exponencial. A ex-presidente Cristina Kirchner estava desgastada. Não conseguia mais reagir.
A sensação agora –em alguns círculos antes pacientes com o Planalto– é a de que tudo o que Dilma Rousseff fizer não dará certo.
A petista apresentou duas propostas principais neste ano de 2015: recriar a CPMFe aprovar uma reforma da Previdência. São diminutas ou nulas as chances de sucesso nos 2 casos.
O pior para a presidente é que ela está manietada pelo raquitismo do apoio que tem no Congresso, pela crise econômica e pelas últimas revelações da Lava Jato.
A delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e a condução coercitiva de Lula para depor são fatos que emparedam Dilma Rousseff.
Não há no horizonte próximo nada que indique uma reação da presidente. Ao contrário. A economia está em recessão profunda, a pior em 25 anos. O desemprego aumenta a cada mês. A inflação segue pressionada.
Apesar do alto grau de imprevisibilidade da atual crise (nunca se sabe onde a PF dará uma batida amanhã ou depois), a próxima data a ser observada é o fim de semana de 12 e 13 de março de 2016.
No dia 12, o PMDB realiza sua convenção nacional, em Brasília. Um grupo pretende aprovar uma moção pelo rompimento do partido com o governo de Dilma Rousseff. A hipótese de isso prosperar era relativamente pequena até há 1 mês. Agora, não se sabe.
No dia seguinte, 13 de março, um domingo, estão convocados atos em dezenas de cidades brasileiras. O PSDB e outros partidos de oposição vão apoiar esses protestos contra Dilma Rousseff. Nunca os partidos de oposição estiveram tão engajados na convocação dessas manifestações.
É impossível prever o grau de aderência da sociedade aos protestos. Há indícios de que agora o clima é mais favorável à oposição do que foi em 2014. Se isso se confirmar, com grandes atos pelas ruas, o processo de impeachment ganhará musculatura no Congresso.
O oposto também é verdadeiro. Se poucas pessoas forem às ruas, o Planalto ganha algum oxigênio.
O mais provável sobre 13 de março (e também mais dramático) são os indícios de que haverá confrontos físicos entre militantes pró e contra o governo. Esse cenário polarizado é ruim para a democracia e seu desfecho é imprevisível.
O combustível real para a oposição está na iminência da instalação do processo de impeachment contra Dilma na Câmara dos Deputados.
Na 3ª feira (8.mar.2016), o Supremo Tribunal Federal deve liberar o acórdão do julgamento que tratou do trâmite do impeachment no Congresso. Pelas contas que podem ser feitas agora, é possível que o impedimento de Dilma seja analisado pelo plenário da Câmara no final de maio ou início de junho de 2016.
OUTRO PLANETA
Contribui um pouco com esse quadro de esgarçamento da capacidade de Dilma para governar uma característica da presidente da República.

A petista é portadora de uma incapacidade dupla no cotidano do poder.
Primeiro, acha que sua probidade no plano pessoal pode (e sempre vai) contaminar positivamente a sua probidade na política –o sofisma “se eu sou honesta, meu governo é honesto”. A segunda deficiência dilmista é nunca ter conseguido superar a inabilidade para articular no mundo da micropolítica diária de Brasília.
Ninguém na capital da República, seja no governo ou na oposição, tem dúvidas sobre a honestidade pessoal da presidente da República. Ocorre que ao seu lado está um sistema degradado por anos e anos (inclusive aperfeiçoado em governo anteriores, não petistas).
Em momentos de crise política, tudo vira a mesma coisa. Não adianta o político dizer que não é ladrão. É necessário que o conjunto da obra seja coerente. O discurso da presidente é mais ou menos assim: “Eu sou honesta. Não sabia que meu marqueteiro recebeu dinheiro da Odebrecht no exterior. Não sabia que a compra da refinaria de Pasadena era um péssimo negócio. Não sabia que vários diretores da Petrobras estavam recebendo propinas de empreiteiras”.
Pouco importa se Dilma fala a verdade ou não ao falar “eu não sabia”. O problema inextricável é que a beneficiária final de todos esses eventuais desvios –se de fato ocorreram– foi Dilma Rousseff.
A presidente também tem um comportamento principista no pântano da política. Detesta algumas personalidades. Tem o PMDB como principal aliado, mas rejeitou desde sempre um dos caciques dessa legenda, Eduardo Cunha.
Quem tem participado de reuniões políticas com a presidente em semanas recentes sai da sala achando que a petista vive num mundo à parte.
Essa atitude pode ser só uma forma de Dilma tentar passar otimismo aos interlocutores. Aparentar tranquilidade para não tornar as coisas piores do que de fato são é um requisito que está no “job description” de qualquer governante. Mas tudo tem limite.
Muitos deputados, senadores, empresários e banqueiros acham apenas que a presidente realmente não entendeu até agora quais foram todos os seus erros nem o que precisa (ou pode) fazer para reverter a situação. Essa incapacidade cognitiva esgarça ainda a relação entre a petista e o mundo real.
Blog do Fernando Rodrigues

Leia a nota oficial do PSB sobre agravamento da crise política onde passa a ser oposição ao governo federal

O Brasil convive nos últimos anos com uma das piores crises do período republicano, visto que se somam aspectos políticos, econômicos, federativos e, sobretudo, éticos.
Desde a sua eleição, o que vemos é que o governo da presidente Dilma Rousseff perdeu a credibilidade e a capacidade de governar, impondo graves consequências para o nosso povo, que desde então sofre com a recessão, a carestia, o desemprego – uma crise social que deve ser solucionada por um governo legítimo.
O Partido Socialista Brasileiro tem se pautado pelo equilíbrio e pela determinação de defender as pautas do desenvolvimento nacional e dos interesses populares.
Entretanto, os acontecimentos dos últimos meses evidenciam um quadro de deterioração ética que foge à normalidade e que leva o PSB a reafirmar a postura crítica em relação ao governo federal e marchar em definitivo para a oposição a este governo, posicionamento que deverá ser convalidado pela Executiva Nacional.
O funcionamento das instituições de Estado – Poder Judiciário, Ministério Público e Polícia Federal – deve ser respeitado em uma democracia, de modo que ninguém possa ser sacralizado e, menos ainda, vitimado simplesmente por responder a acusações que pesem contra ele, independentemente do cargo que ocupa ou que ocupou. Em uma democracia madura, ninguém se surpreende com ações dessa natureza por órgãos de Estado.
Este é um momento extremamente desafiador para todas as forças políticas do país, mas especialmente para aquelas que como nós, socialistas, querem renovar a política e contribuir para a superação deste grave momento de nossa história.
 
Carlos Siqueira
Presidente Nacional do PSB