segunda-feira, 16 de março de 2015

Eduardo Cunha diz que vai arquivar pedidos de impeachment contra Dilma Rousseff

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), indicou nesta segunda-feira (16) que vai arquivar os pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff que chegarem à Casa. Cunha, que é o terceiro na linha de sucessão da Presidência, disse que não leu o pedido do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), mas acredita que o impeachment "não é a solução". Ele ainda disse que o impedimento da presidente é uma situação que "beira o ilegal e o inconstitucional". "Efetivamente, da nossa parte, não tem guarida para poder dar seguimento até porque entendemos que esta não é a solução. Entendemos que temos um governo que foi legitimamente eleito e que, se aqueles que votaram neste governo se arrependeram de terem votado, isso faz parte do processo político. E não é dessa forma que vai resolver", argumentou o peemedebista, após participar de um encontro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. "Temos que debater, sim, o que aconteceu nas ruas ontem, temos que buscar formas que ajudem o governo a se encontrar com aquilo que a sociedade deseja ver. Mas não a partir de situações que cheiram e beiram o ilegal e o inconstitucional", completou. Em seguida, o presidente da Câmara passou a fazer críticas ao governo e aos ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, escalados para defender o governo no início da noite desse domingo (15). Cunha disse que a fala dos ministros não refletiu o clima das ruas e chamou a participação dos dois de "desastre". "Não vi ninguém nas ruas pedir reforma política, vi pedir reforma de governo", disse Cunha. "Não vi ninguém nas ruas dizendo que o financiamento empresarial é o problema". Sobre a proposta apresentada pelos ministros de um pacote anticorrupção, Cunha ironizou dizendo que há dois anos escuta o governo dizer que vai mandar as medidas para o Congresso. "Qualquer proposta que mandarem eu coloco em votação imediatamente", disse.

YouTube permitirá que usuários assistam vídeos em 360 graus

O YouTube anunciou neste final de semana que dará suporte para o envio de vídeos em 360 graus, no site e também em dispositivos móveis com sistema Android. O recurso permite que os usuários assistam às publicações em diferentes ângulos. Para o desenvolvimento da ferramenta, o YouTube trabalha em parceria com empresas do setor de câmeras 360 graus, já disponíveis no mercado. De acordo com nota emitida pelo site, em breve o recurso estará disponível para iPhone e iPad. No Brasil, a primeira experiência com vídeos que podem ser assistidos em vários ângulos foi realizada durante o carnaval de Salvador deste ano, com os shows de Anitta e do cantor Neto Lx; confira.

MPF denuncia João Vaccari Neto e Renato Duque por corrupção e lavagem de dinheiro

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou 27 pessoas por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Entre os envolvidos estão João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, e Renato de Souza Duque, ex-diretor de serviço da Petrobras que foi preso nesta segunda-feira (16), dia em que foi deflagrada a 10ª fase da Operação Lava Jato. De acordo com o G1, a denúncia aponta que os dois participavam de reuniões para tratar de pagamentos de propina. Segundo o MPF, aconteceram 24 pagamentos ao longo de 18 meses, totalizando R$ 4,26 milhões. O valor foi pago na forma de doações oficiais ao PT, mas tinha origem como propina. Entre os denunciados também estão o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o ex-gerente da Petrobras Pedro José Barusco Filho. Confira a lista com os 27 denunciados: Adir Assad, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Alberto Elísio Vilaça Gomes, Alberto Youssef, Ângelo Alves Mendes, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, Dario Teixeira Alves Júnior, Francisco Claudio Santos Perdigão, João Vaccari Neto, José Aldemário Pinheiro Filho, José Américo Diniz, José Humberto Cruvinel Resende, Julio Gerin de Almeida Camargo, Lucélio Roberto Von Lehsten Góes, Luiz Ricardo Sampaio de Almeida, Mario Frederico Mendonça Góes, Marcus Vinícius Holanda Teixeira, Mateus Coutinho de Sá Oliveira, Paulo Roberto Costa, Pedro José Barusco Filho, Renato de Souza Duque, Renato Vinícios de Siqueira, Rogério Cinha de Oliveira, Sérgio Cunha Mendes, Sonia Mariza Branco, Vicente Ribeiro de Carvalho, Waldomiro de Oliveira.

Ao falar de manifestações, Dilma chora e diz que 'vontade das urnas devem ser respeitadas'

Em meio a protestos que pedem o fim da corrupção, a sua saída da Presidência da República e até mesmo a intervenção militar, a presidente Dilma Rousseff disse, nesta segunda-feira (16), durante a sanção do novo Código Processual Civil que “as ruas são o espaço legítimo da manifestação popular” e que, apesar de considerar os atos “pacíficos e sem violência”, “as urnas traduzem a vontade da nação, que não pode ser desrespeitada”. “Houve um tema presente tanto nas manifestações de sexta-feira quanto nas de domingo: o combate à corrupção e à impunidade. Nos próximos dias, como prometido nas eleições, anunciaremos um conjunto de medidas voltadas ao combate à corrupção e à impunidade. Estaremos abertos, obviamente, a ouvir toda a sociedade para a tomada de outras medidas. Reitero minha convicção de que a conjuntura atual aponta para a necessidade urgente da realização de uma ampla Reforma Política. Meu compromisso é governar para os 203 milhões de brasileiros”, discursou. Em um momento de emoção, Dilma afirmou que, ao ver as cenas, “valeu a pena lutar pela democracia”. “O país está mais forte”, concluiu.  Ainda no mesmo evento, a presidente voltou a defender as modificações em impostos realizadas, recentemente, pelo governo federal. De acordo com a presidente, “meu governo tem responsabilidade com a estabilidade da economia, é ela quem garante empregos e crescimento para o país”.

Movimento Brasil livre vai realizar novo ato contra Dilma no dia 12 de abril

Já circula pelas redes sociais a divulgação da data de um novo protesto contra a presidente Dilma Rousseff (PT). O Movimento Brasil Livre (MBL), que defende o impeachment da presidente, marcou uma nova manifestação para o dia 12 de abril, um domingo. Uma imagem com a frase "12/04 Vai ser maior", já circula por diversos grupos do WhatsApp, aplicativo de troca instantânea de mensagens. O objetivo do grupo é, novamente, realizar um ato de proporções nacionais, portanto o Recife estará incluído.

Representantes do MBL falam em "dobrar" a quantidade de pessoas presentes ao protesto realizado em São Paulo, por exemplo. De acordo com dados do Datafolha, 210 mil manifestantes estiveram presentes na Avenida Paulista na tarde de ontem (15). A PM paulista, por sua vez, fez uma estimativa totalmente diferente apontando 1 milhão de pessoas.
Outro grande grupo responsável por convocar participantes para as manifestações de ontem, O Vem pra Rua, ainda não se posicionou se vai aderir ao ato do abril. Ao contrário do MBL, o Vem pra Rua não se posiciona de forma favorável ao impeachment, ainda. De acordo com Renato Chequer, que tem respondido como porta-voz do grupo, ao Vem pra Rua pode mudar de ideia e passar a defender o impedimento de Dilma Rousseff (PT).
Os dois grupos, inclusive, trocaram farpas na redes sociais, justamente pelo posicionamento diante do impeachment. Para o MBL o Vem pra Rua segue a "postura frouxa do PSDB" em relação ao impeachment. O Vem pra Rua respondeu que não segue os tucanos e que é um movimento "suprapartidário".

Vem aí pesquisa da popularidade de Dilma Rousseff através do Datafolha e Ibope

O Datafolha vai iniciar o trabalho de campo hoje,16, para ouvir a população em todo o Brasil a respeito do governo Dilma. Sai no jornal entre quinta-feira e sexta-feira.
 
Também está prevista a ida às ruas do Ibope entre segunda e terça-feira, na pesquisa trimestral encomendada pela CNI, também com divulgação prevista para quinta ou sexta-feira.

PDT irá lançar candidato a presidente em 2018

O PDT já está se preparando, a nível nacional, para postular a Presidência da República, em 2018, com candidato próprio. A informação foi divulgada pelo ex-senador e presidente estadual de honra do partido, Flávio Torres. Ele, inclusive, disse que o assunto foi tema de discussão, durante convenção nacional da sigla, na semana passada.
“O PDT está amadurecendo a ideia de que deve lançar candidato próprio a chefia do País. Assunto que já, no atual momento, é quase consenso. Um partido é que nem um time de futebol: tem que jogar para ganhar”, destacou, ao tratar da sucessão da presidente Dilma Rousseff. 
Nomes
Com relação a nome para disputar o cargo, disse que o partido tem muitos e bons quadros, mas, por enquanto, a ideia está sendo amadurecida para depois discutir-se nomes. Algo, segundo ele, para tratar somente em maio ou junho de 2018. No entanto, destacou o senador Cristóvão Buarque, que, de acordo com ele, possui um discurso forte, no tocante à educação brasileira.
O ex-parlamentar, porém, afirmou que o País vive a maior crise da sua história e o que tem que fazer é lutar, com todas as ferramentas, para sair dela. Para que isso possa acontecer, disse que a população tem que sofrer com os aumentos de preços, que já estão acontecendo. Por outro lado, o governo precisa cortar gastos.

Lava Jato: siglas políticas envolvidas podem ter que ressarcir Petrobras

Os partidos políticos envolvidos no escândalo da Operação Lava Jato podem ser obrigados a responder financeiramente pelos prejuízos causados à Petrobras, caso se comprove que eles receberam mesmo propina. De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, a tese jurídica começou a ser debatida entre envolvidos nas investigações, mas é controversa. Isso porque poderia significar o fim de algumas legendas, que não teriam recursos para arcar com pesadas multas. Até agora são investigados políticos de PT, PMDB, PSDB, PP e PTB. Os valores envolvidos no escândalo já foram estimados em centenas de milhões de dólares.

Levy Fidelix é condenado a pagar R$ 1 milhão por declarações homofóbicas

O ex-candidato à presidência da República pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) Levy Fidelix foi condenado, na última sexta-feira (13), pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a pagar uma multa de R$ 1 milhão por danos morais por ter feito declarações homofóbicas durante a campanha eleitoral de 2014. A ação com pedido de reparação por danos morais foi movida pelo movimento Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT). A declaração foi feita no dia 28 de setembro de 2014, durante um debate na TV. Na ocasião, Fidelix afirmou que “dois iguais não fazem filho” e “aparelho excretor não reproduz” ao ser questionado sobre casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. A decisão é de primeira instância e cabe recurso. O ex-presidenciável ainda comparou a homossexualidade à pedofilia, afirmando que o Papa Francisco vinha promovendo ações de combate ao abuso sexual infantil, afastando sacerdotes suspeitos da prática. O candidato teria afirmado ainda que o mais importante é que a população LGBT seja atendida no plano psicológico e afetivo, mas “bem longe da gente”. Para a Justiça, as declarações do então candidato ultrapassaram os “limites da liberdade de expressão, incidindo em discurso de ódio”. A sentença ainda destaca que muitos homossexuais sofrem agressões por causa de sua orientação sexual - algumas chegando a resultar em morte: “isso reflete uma triste realidade brasileira de violência e discriminação a esse segmento, a qual deve ser objeto de intenso combate pelo Poder Público, em sua função primordial de tutela da dignidade humana”. Ainda é salientado que o candidato agiu de forma irresponsável, assim como o seu partido, o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). A indenização será revertida para ações de promoção de igualdade da população LGBT, conforme definição do Conselho Nacional de Combate à Discriminação LGBT.

Manifestação contra Dilma em Iguatu

Os números não foram iguais aos dos grandes centros,  mas marcou a sua participação no movimento nacional contra a presidente Dilma Rousseff. Em Iguatu pela primeira vez aconteceu uma manifestação que foi organizada através das redes sociais.
Algumas dezenas de populares que se concentraram na Praça da Matriz e fizeram o seu protesto com cartazes, bandeiras  e até com charanga. A concentração teve início as 15h e aos poucos o grupo foi entrando no clima das manifestações que aconteceram pelo território nacional.

O movimento que teve a mobilização apenas pelas redes sociais rompeu barreiras e demostrou que a insatisfação da população pode e deve sair da internet e ir para as ruas.

Política é quatro vezes mais popular que BBB nas redes sociais

A política passou na frente do Big Brother Brasil no ranking de assuntos mais comentados da internet. Pelo menos, é o que revela uma pesquisa que analisou mais de 2 milhões de citações online. Somente nas duas últimas semanas, falou-se quatro vezes mais de temas políticos do que do reality da Globo. 
Foram monitoradas todas as menções aos termos BBB (incluindo Big Brother), Dilma, impeachment, protestos e Lava Jato entre o dia 26 de fevereiro e 12 de março, no Facebook, Twitter e Instagram. A pesquisa constatou que apesar de estar perdendo relevância, o BBB ainda é um dos programas mais populares da emissora. 
Mais da metade das referências registradas pela pesquisa foi à presidente Dilma Rousseff. As menções à petista começaram a se intensificar nas sexta-feira, dia 6, com a revelação da lista dos políticos que seriam investigados por suspeita de corrupção no âmbito da operação Lava Jato. Elas atingiram seu auge na segunda-feira, dia 9, um dia após o panelaço que ocorreu durante pronunciamento de Dilma pelo Dia da Mulher.
A pesquisa, encomendada pela BBC Brasil, foi feita pelo sistema de pesquisa e inteligência em redes sociais Airstrip. Segundo um dos diretores da empresa, Rafael Arrigoni, o peso do BBB ainda é grande nas redes sociais, mas o ativismo político, além de sempre ter força no mundo online, vem ganhando mais espaço desde os protestos de 2013.

Monopólio das ruas não é mais da esquerda

Estive na manifestação de hoje (15/3/2015), na Praça Porgtugal (Fortaleza) contra o governo Dilma Rousseff (PT). Talvez nem precisasse dizê-lo, mas compareci como observador, jornalista, do mesmo modo que fiz nos protestos de junho de 2013.
Números
Não vou discutir números de participantes – cada um há de ter o seu -, porém, havia muita gente. A Praça Portugal estava lotada transbordando para as ruas adjacentes (quem não conhece pode recorrer ao Google Maps). Entrar na batalha dos números é de menor importância; há de se reconhecer que foi uma mobilização importante, que ocorreu em várias cidades importantes do país. 

Público
Os organizadores conseguiram reunir um público diversificado, de idades diversas, e o perfil econômico das pessoas que participaram talvez não difira muito dos manifestantes que defenderam o governo, na sexta-feira (13/3/2015). Outra questão importante: o monopólio das ruas, desde a redemocratização (que hoje completa 30 anos), era da esquerda, agora não é mais.

Oradores
Durante o evento, nenhum dos oradores clamou por um golpe militar (conhecendo como se processam as manifestações, à direita e à esquerda suponho que isso deve ter sido intensamente debatido pelos organizadores). Na manifestação, vi apenas três cartolinas, afixadas nos espinhos de um gravatá, sem ninguém por perto para assumir a autoria “Fora Dilma. Só as Forças Armadas salva [sic] o Brasil”.

Obsessão: Cuba e Venezuela
A palavra de ordem mais pronunciadas pelos oradores foi “Fora Dilma e o PT”, sempre compartilhado pelo público, que interagia bastante. Fora disso, tanto os oradores quanto o público, tinham uma estranha fixação com Cuba e Venezuela, países sempre vistos com anticristos a serem combatidos. A propósito, o público manifestava regozijo quando algum dos oradores mandava que Lula e Dilma se “mudassem” para um desses países.

Sem confrontos
Durante o tempo em que fiquei na Praça Portugal, a manifestação foi tranquila; não vi nenhum confronto. Policiais da Tropa de Choque revistavam mochilas. A PM inclusive foi muito aplaudida quando um dos oradores elogiou o trabalho deles.

A culpa é do PT
Se fosse resumir a fala dos oradores, diria que todos culpam o PT por todos os problemas do país (uma coisa normal em qualquer movimento, que costuma dividir a humanidade em “nós” e “eles”, de modo a permitir fácil identitificação na “massa”).  Alguns oradores também criticaram as leis brasileiras que, segundo eles, protegem bandidos e não deixam a polícia trabalhar.

PLÍNIO BORTOLOTTI