As declarações do ex-governador do Ceará e ministro da Educação, Cid Gomes, contra os integrantes da Câmara dos Deputados acirraram os ânimos dos parlamentares nesta quarta-feira, 4. Cid foi convocado para esclarecer a acusação de que há“achacadores” no Casa. A bancada cearense tentou, sem sucesso, reverter a convocação do ministro.
Líderes de vários partidos apoiaram a aprovação do requerimento do líder do DEM, Mendonça Filho, de convocar Cid ao Plenário. O líder do PMDB, Leonardo Picciani, defendeu que a convocação seria para “restituir a dignidade do parlamento".
“Será uma grande oportunidade para que, se o ministro não disse isso, ele esclareça que não disse e, se ele disse, que ele escute desse plenário o que deve escutar. Quem fala o que quer houve o que não quer”, disse o líder do PMDB.
Durante visita à Universidade Federal do Pará, na sexta-feira, 27, Cid disse que a direção da Câmara nas mãos de Eduardo Cunha (PMDB) ‘será um grave problema para o Brasil”. Ele disse também que a eleição do peemedebista não foi vontade da presidente Dilma Rousseff (PT) e que todas as forças políticas que têm “compromissos sociais” se opuseram à eleição de Cunha. Ele falou ainda: “tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que quanto pior, melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas”.
Os líderes da bancada cearense Domingos Neto, do Pros, André Figueiredo (PDT) e o líder do Governo, José Guimarães (PT) tentaram transformar a convocação em convite, mas não foram atendidos. Caso não obedeça à convocação, Cid pode responder por crime de responsabilidade. Se fosse convidado, o ministro poderia recusar o chamado, apesar de as lideranças cearenses garantirem que ele já teria se disponibilizado a comparecer à Câmara.
O requerimento foi aprovado por 208 votos. 102 deputados votaram contra.
Entre os deputados cearenses votaram “sim” para a convocação: Luizianne Lins (PT), Genecias Noronha (SD), Macedo (PSL), Raimundo Gomes de Matos (PSDB), Ronaldo Martins (PRB), Moses Rodrigues (PPS), Vitor Valim (PMDB), Danilo Forte (PMDB), Moroni Torgan (DEM).
Votaram “não”: Odorico Monteiro (PT), José Guimarães (PT), Leônidas Cristino (Pros), José Airton (PT), Domingos Neto (Pros), Antonio Balhmann (Pros), Adail Carneiro (PHS), André Figueiredo (PDT) e Chico Lopes (PCdoB).
Não votaram os deputados Gorete Pereira (PR), Aníbal Gomes (PMDB), Cabo Sabino (PR) e Arnon Bezerra (PTB).
O POVO