segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Campanha nas redes sociais pede um Natal sem Simone

Quem presta vestibular este ano provavelmente não sabe o que é um Natal sem Simone. Há dezenove anos, é só chegar dezembro para que lojas, restaurantes e elevadores disparem a canção mais tocada e grudenta dessa época do ano: “Então, é Natal, e o que você fez?/ O ano termina / e nasce outra vez”. A voz da baiana Simone, cantora que já conta 40 anos de carreira, mas há quase duas décadas é mais conhecida como uma espécie de intérprete "do peru" do país, sobe para entoar nada menos que seis vezes o verso “Então é Natal”, quatro vezes a variação “Então, bom Natal” e outras três a abreviação “É Natal”. Em quatro minutos de canção.
Cansados dessa repetição, usuários de redes sociais organizaram a campanha Natal sem Simone, que pede para estabelecimentos comerciais evitarem a faixa-chefe de 25 de Dezembro, disco lançado por Simone em 1995 – se não o álbum todo. Procurada para comentar a ação nas redes, a cantora não atendeu a reportagem. No programa Altas Horas, exibido pela Globo neste sábado, contudo, Simone, vestida de branco como um Roberto Carlos, considou “lamentáveis” as críticas que 25 de Dezembro e Então É Natal vêm recebendo. "Eu lamento que se pratique esse ato violento e espero que a gravadora tome as providências cabíveis e necessárias, porque isso não cabe a mim, a mim cabe cantar", disse.

Lamentável mesmo é que ela não entenda que toda repetição ao extremo vira tortura. E que não veja como esse trabalho que defende fez mal à sua carreira – que já foi, digamos, mais ambiciosa, flertando com o samba e a MPB, e hoje é estigmatizada pela canção do eterno retorno. 

Veja

Xuxa está deprimida com fim de programa

De acordo com o jornal O Dia, a apresentadora Xuxa, não está feliz com sua saída da programação fixa da TV Globo.
Apesar de ter renovado seu contrato com a emissora, a apresentadora estaria deprimida com o fim do TV Xuxa e a demissão de 10 de seus funcionários.
O programa saiu da grade de programação da emissora e dará lugar a uma atração apresentada por André Marques, ex-apresentador do programa Vídeo Show. Em 2014, Xuxa deverá fazer participações em diversos programas da Globo.
(DOL, com informações do UOL)

Eduardo e Dilma trocam farpas e indiretas no Facebook sobre Bolsa Família

A presidente Dilma Rousseff (PT) utilizou o mesmo caminho, as redes sociais, para rebater o ataque do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e mostrar o êxito do Bolsa Família na vida dos estudantes pernambucanos. O perfil oficial no Facebook de Eduardo, que é pré-candidato à Presidência da República, traz, em uma das postagens, críticas ao modelo atual do benefício e sugestões para romper com o ciclo de miséria e evitar que a iniciativa seja utilizada para ‘fins políticos’. O governador aponta os caminhos para impedir que as filhas do programa tornem-se mães dependentes do auxílio pago pelo governo federal.
Em maio deste ano, no encontro de vereadores do PSB, no Recife, o presidente do partido, Eduardo Campos, já criticava a dependência "sucessória" das famílias pobres ao benefício mensal. Na ocasião, o governador pernambucano pontuou que o País devia investir mais em educação para tirar as famílias da dependência. Desde o rompimento oficial entre PT e PSB, em meados de setembro, os ânimos e as críticas estão mais acirradas dos dois lados. Com a formalização da aliança entre Eduardo Campos e a ex-senadora Marina Silva a crise acentuou-se ainda mais.
“O Bolsa Família é importante para muitos brasileiros e deve continuar. Mas não podemos deixar de enxergar nosso objetivo final: um Brasil onde todas as famílias beneficiadas possam passar a garantir o sustento com seu trabalho ou empreendimento. É preciso enxergar mais longe e planejar a longo prazo, algo que não vem acontecendo, para chegarmos a um Brasil onde o Bolsa Família não será mais necessário”, defende Campos, no Facebook.
A arte que ilustra a postagem mostra como o programa se constitui atualmente. O ‘círculo vicioso’, sugerido pela imagem, apresenta a perpetuação da condição de miséria, com o pagamento do benefício e a dependência financeira. Para romper com a situação, ‘a fim de chegarmos a um Brasil onde o Bolsa Família não será mais necessário’, Campos aponta sete etapas para proporcionar autonomia financeira aos beneficiados.
No modelo exibido pelo socialista, a solução para as famílias garantirem o sustento sem a necessidade da transferência direta de renda pelo governo Federal propõe a manutenção do programa social, seguido do pagamento dos benefícios, posteriormente ele sugere a quebra da dependência financeira através da criação de novas oportunidades com o investimento em estudos e no mercado de trabalho pelo governo federal. A partir daí, acredita-se que haverá a inclusão social do beneficiado e a autonomia econômica.
Em tom crítico ao governo petista, o texto afirma que “a estagnação econômica que o Brasil vive está invertendo isso [a melhoria na vida das pessoas]. As filhas do Bolsa Família, ao invés de conquistarem a independência econômica, estão se tornando as mães do Bolsa Família. Não há mais evolução e sim acomodação por parte do governo”, afirmou. A postagem, com 3.176 curtidas e mais de dois mil compartilhamentos, vem provocando debates na rede social sobre o modelo do programa.
NO FACEBOOK, DILMA REBATE CRÍTICAS
Dilma Rousseff respondeu aos ataques feitos pelo governador Eduardo Campos no site do Bolsa Família e em seu perfil oficial no Facebook, mesmo canal escolhido por Campos para fazer as provocações.
Ao focar no tema educação, grande trunfo usado pelo governo do Estado para trabalhar a campanha de 2014, a presidente rebate as críticas e exalta o Bolsa Família.

“O Estado (Pernambuco) tem a segunda maior taxa de aprovação (79,7%) entre os estudantes do ensino médio participantes do programa e a menor taxa de abandono escolar (4%), quando comparado aos alunos das escolas públicas não beneficiários do Bolsa Família”, diz a postagem no site oficial do programa, publicada cinco dias antes do encontro entre Eduardo Campos e Dilma Rousseff, em Suape, na última terça (17) - o primeiro após o rompimento entre as siglas.

Ao pinçar os índices pernambucanos para exemplificar o ‘êxito do programa’, o governo federal demarca o território e demonstra estar atento às críticas feitas pelo opositor.
Blog do Jamildo

Transexual afirma que ficou, sim, com o deputado Romário


Ao contrário do que diz Romário, Thalita Zampirolli confirmou que teve um relacionamento amoroso, sim, com o jogador. A transexual disse que os dois ficaram em um show do Luan Santana e depois partiram para um jantar romântico. No entanto a modelo afirmou que em nenhum momento contou a Romário sobre sua sexualidade

domingo, 22 de dezembro de 2013

Brasil tem pior serviço público entre 30 países

Perto das 9h de uma terça-feira, quase três horas após sair de casa, Reinaldo Freire da Silva, 39 anos, chegou à agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) da Asa Sul, em Brasília, se equilibrando em uma muleta. Dias antes, já havia peregrinado pelo posto de Luziânia, onde mora, e do Gama, para onde mandaram que ele fosse. Em lugar algum, o Estado soube resolver o problema: uma simples inscrição no programa de reabilitação profissional por conta da amputação de um terço da perna direita.

O drama de Reinaldo ilustra o de milhares de brasileiros quando precisam dos serviços públicos. Por mais de um mês, o Correio visitou órgãos como o INSS, a Receita Federal, a Junta Comercial, o Departamento de Trânsito, além de hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). Burocracia excessiva, conflito de informações, gestão capenga e má vontade de funcionários despreparados ajudam a compor o leque da ineficiência diária do Estado.

Cada brasileiro, incluindo Reinaldo, terá pago ao fim de 2013 uma média de R$ 8.202 em impostos — o equivalente a 12 salários mínimos —, totalizando R$ 1,62 trilhão. O país não para de bater recordes de arrecadação. Em contrapartida, amarga o pior retorno dos tributos entre as 30 nações com a maior carga tributária, conforme estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). É essa disparidade que potencializa a indignação externada nas manifestações que tomaram as ruas em junho deste ano, mas que de nada adiantaram para reverter a precariedade de serviços tão caros.

Correio Braziliense

Pentacampeão mundial com a Seleção,se filia a partido para concorrer nas eleições de 2014

Pentacampeão com a Seleção Brasileira  em 2002, o ex-atacante Edilson ganhou o apelido de Capetinha por infernizar as defesas adversárias. Deixou o futebol   em 2010. Agora prepara-se para atacar na política. Edilson se filiou ao DEM para concorrer a deputado federal pela Bahia   . Adorado pelas maiores torcidas locais, Vitória e Bahia , Capetinha é a esperança do DEM para alavancar o partido nas próximas eleições.

Lula x Eduardo em Pernambuco

"Lula quer morar no Recife porque o IPTU e a passagem de ônibus dos governos do PSB são mais baratos que os de Haddad, do PT."
Do líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), sobre o ex-presidente dizer que vai se "mudar" para Pernambuco para enfrentar Eduardo Campos.

Governador mais bem avaliado em pesquisa tem gasto alto com propaganda

Uma gestão de poucos conflitos e gastos altos em publicidade rendeu a Omar Aziz (PSD-AM) o posto de governador mais popular do país.

Pesquisa CNI/Ibope divulgada neste mês mostrou que 74% dos amazonenses consideram o seu governo ótimo ou bom. Aziz também lidera em confiança do público: 75%.

Ficou à frente de colegas como o presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE), segundo mais bem avaliado com 58% de ótimo/bom, e o tucano Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que, com 31%, é o 14º.

Se nos bastidores o resultado foi uma surpresa para o próprio governo –que classificou o levantamento como um "presente de Natal"–, analistas e políticos locais acreditam ter a receita dessa popularidade.

Para o antropólogo Ademir Ramos, que integra o núcleo de cultura política da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), Aziz colhe os frutos dos investimentos que fez em publicidade.

A gestão gastou, por exemplo, R$ 82 milhões em propaganda em 2012 (valor inclui pessoal da pasta e é quase o dobro gasto no vizinho Pará, de economia de porte semelhante). Supera os investimentos em apoio à pesquisa (R$ 70,5 milhões) ou em órgão ambiental (R$ 22,2 milhões).
As inserções, produções de alta qualidade, costumam ocupar horário nobre. "O Estado é muito grande, e rádio e TV são os principais canais com a população", justifica a secretária de Comunicação de Aziz, Lúcia Gama. Entre os temas da publicidade, há áreas em que o governo ainda patina, como segurança (homicídios dolosos avançaram 10% desde 2010), e obras por fazer, como a cidade universitária.
"O governo tem usado propaganda como meio de campanha antecipada: o que tem feito e o que ainda será", avalia Tiago Jacaúna, professor de ciências sociais na Ufam. Quem também trabalha pela imagem do governo é a primeira-dama Nejmi Aziz, presidente do PSD local. Presença constante em ações assistenciais e em colunas sociais, ela mantém uma equipe só para redes sociais.

Folha

Câmara Federal compra 100 sofás por R$ 60,6 mil

Pensando no descanso que todos desejam, a Câmara dos Deputados comprará 100 sofás. As aquisições incluem sofás de um e dois lugares, sendo 60 deles de um lugar e 40 deles com dois lugares. Os assentos totalizarão em R$ 60,6 mil. As informações são do Contas Abertas.
Além da Câmara, outro órgão que também fará compras é a Secretaria do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ela pretende cuidar do jardim. O STJ comprará mais de duas toneladas de adubo de esterco puro de galinha, uma tonelada de adubo químico, seis sacos de 25 quilos de humus de minhoca.
Também serão adquiridos cinco litros de inseticida de contato e de indigestão, dois litros de óleo mineral parafínico e 600 limitadores de grama com borda fina de polietileno reciclado. Os insumos custarão R$ 9,3 mil ao todo.
Ainda nos limiares do STJ, serão adquiridos 10 frigobares e 4 mil cadernos de anotação. Os frigobares têm capacidade básica de 103 e 130 litros, com a voltagem 220 V. O gasto com os frigobares será de R$ 5,7 mil. Os cadernos de anotação, do tipo moleskine, com direito a alguns detalhes de acordo com o padrão do órgão, custarão R$ 31 mil. 
Blog Folha PE

Agenor Neto é reverenciado durante desfile natalino


Agenor Neto é definitivamente o nome de destaque no Ceará e praticamente uma unanimidade na região Centro-Sul. Quem acompanhou neste sábado, 20, a sua passagem pelo “Corredor de Luz” do desfile natalino iguatuense percebeu que a sua popularidade continua em alta.
É o político que tem aprovação entre todas as classes e faixas etárias; são crianças, jovens, homens, mulheres e idosos que fizeram questão de aplaudir, tirar fotos, acenar com as mãos e demonstrar de alguma forma a sua admiração pelo líder iguatuense.
Agenor Neto não é mais o prefeito de Iguatu, mas ao fazer a parceria com o atual gestor, Aderilo Filho que continuou a sua política com uma agenda positiva de ações, o ex-gestor ainda sente o reflexo da sua administração.
Vai para 2014 com uma força política que o coloca como uma das lideranças que deverão obter um grande êxito eleitoral.
Com habilidade consegue transitar entre todas as alas políticas do Ceará, é o nome que todos pretendem ter nas suas fileiras eleitorais e com isto consegue realizar feitos que poucos políticos conseguiram na história para o seu município e região.



Durante o desfile Agenor Neto apresentou o seus filhos Ilo Neto; Agenorzinho e Victor que ao seu lado homenagearam o seu avô, Agenor Gomes de Araújo pelo centenário e aguçaram a imaginação de muitos que ali estavam, como sendo a imagem de uma nova geração  que está para surgir na política de Iguatu e região.  

Ciro Gomes diz que perdeu o prazer de conversar com Lula

Aliado da presidente Dilma Rousseff e cotado para assumir o Ministério da Saúde - o atual titular da pasta, Alexandre Padilha, deixará o cargo em janeiro para concorrer ao governo de São Paulo –, o secretário de Saúde do Estado do Ceará, Ciro Gomes, se mantém fiel ao que ele mesmo classifica como jeito franco de ser. Em rápida passagem por Belém, fez um panorama bastante crítico da economia e das medidas tomadas pelos governos desde Fernando Henrique Cardoso. Ciro foi o palestrante do evento que marcou o lançamento do Anuário do Pará 2013-2014, promovido pelo DIÁRIO. Foi um dos primeiros a chegar ao local do evento e, apesar de bem humorado, manteve o estilo sem papas na língua que se tornou uma de suas características.

Nesta entrevista exclusiva ao DIÁRIO, falou de economia, mas também disse que está ficando “chato” conversar com o amigo e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “Ele não ouve, só fala”, disparou. Ao ouvir o nome do tucano José Serra, a quem classifica de “figura nefasta”, deu três batidinhas na mesa, um gesto para espantar o azar. E, mesmo se negando a falar como ministro da saúde, afirmou que o principal mal da área é a falta de gestão.

P: O país discute bastante o baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Como o senhor avalia esse momento da nossa economia?

R: A economia brasileira não vai bem. Não tem nada trágico, nenhuma explosão à vista assim de curto prazo, mas não vai bem e não vai bem há muito tempo. Há 30 anos o Brasil não cresce mais que dois, dois e meio por cento como regra. Há momentos excepcionais em que você encontra quando houve rupturas com a inflação, e no mais você tem ciclos como recentemente o de Lula e Dilma, que foi impulsionado por três movimentos que se exauriram. Pimeiro, o galope do salário mínimo de U$ 176 quando o Lula tomou posse, e passou a valer mais de U$ 300. O segundo foi a ampliação do crédito proporcional ao PIB. O Brasil tinha a menor proporção de crédito em relação ao PIB do mundo capitalista há muitos anos, e com Lula isso saltou de 13% do PIB para 50%. E o terceiro foi a consolidação e a expansão inéditas da rede de proteção social puxada pela Bolsa Família. Isso também transferiu renda pelo território brasileiro e dinamizou a economia. Mas esses três movimentos, que foram brilhantes, se exauriram. Eles três tinham a lógica de puxar o crescimento pelo consumo. Agora, nós voltamos ao desafio de sempre, e que nunca conseguimos equacionar politicamente, que é entender que o verdadeiro desenvolvimento é aquele sustentado no tempo, que pode mudar estruturamente um País e é puxado pela formação bruta de capital, pelo investimento e não pelo consumo.


P: Falando em consumo, uma das alternativas do governo para tentar segurar empregos e a produção industrial foi a redução de tributos, o que fez com que Estados e municípios ficassem de pires na mão...

R: Isso é um grande equívoco e revela o desequilíbrio político do País. Atende a um pequeno lobby, um pequeno grupo de pressão que reúne os oligopólios sediados em São Paulo, ligados aos grandes sindicatos que também se sediam em São Paulo e são a base social de Lula, o que eu já chamei no passado, quando fui Ministro da Fazenda, de coalizão inflacionária, que traduz todo esse tipo de coisa. Neste momento em que falo com você, o Brasil consolida uma renúncia fiscal de R$ 80 bilhões, e quando você vai analisar, não houve nenhum ânimo econômico por causa disso nos setores que foram estimulados. Agora quando se olha a plataforma de reverso de lucros e dividendos para estrangeiro, a gente vê claramente a montanha de dinheiro que foi convertido de subsídio aos oligopólios para remessa de lucros para o estrangeiro. Com esses R$ 80 bilhões, se bem distribuídos, seria possível construir duas refinarias de petróleo, concluir todas as mega obras de infraestrutura que há no Norte e Nordeste, como a Cuiabá-Santarém.

P: E para os estados e municípios a conta está chegando agora?

R: Isso nem se fala, porque o fundo de participação é constituído por esses elementos de renúncia fiscal. E para os estados ricos, o fundo de participação não importa, é irrelevante como proporção de receita, mas para os estados e municípios mais pobres é grave desfalque.


P: Como esse cenário econômico pode influenciar as eleições de 2014?

R: O povo brasileiro percebe que a presidente Dilma é uma pessoa decente, bem intencionada e que está se esforçando para fazer as coisas direito. Isso dá a ela um respeito, uma preferência da população. A população quer avançar, e não vai aceitar qualquer tipo de proposta ou antagonismo político que represente, sequer remotamente, uma ameaça a essas conquistas. Isso faz dela favorita.

P: Onde Dilma não conseguiu acertar?

R: É evidente que o papel da presidente da República é insubstituível, mas falta ao Brasil uma formulação estratégica, uma formulação teórica, um projeto de País. A gente tem fragmentos disso acontecendo. Por exemplo, o Brasil retoma a indústria naval por um processo de compra governamental e substituição de importação. Portanto são ferramentas que estão sendo usadas atualmente pelo governo, mas episodicamente. Isso não é uma política de governo e quando você olha, só no complexo industrial da saúde o Brasil está importando R$ 15 bilhões de compras governamentais, 76% de patentes vencidas. Por que não colocar um instituto de engenharia reversa em Santarém? Produzir uma indústria, um complexo industrial na área da saúde? A Petrobras está vendendo petróleo barato produzido no Brasil e comprando derivado de petróleo caro e vendendo a preço político subfaturado no Brasil.

P: A Copa trará algum benefício real para população?

R: Ela colocará dois bilhões de cidadãos do mundo em um lugar chamado Brasil, com uma variedade de paisagens extraordinária. Se a gente fizer alguma coisa na sequência disso, podemos, finalmente romper essa coisa de cinco a seis milhões de turistas [ao ano] que vêm para esse país extraordinário, onde a conta de turismo tem um déficit. Os brasileirosgastam muito mais dinheiro fora do que os estrangeiros do mundo inteiro gastam neste país maravilhoso. Além disso, a Copa permitiu que o País vivenciasse esse projeto. O povo viu que quando tem um foco, os obstáculos institucionais são removidos, o dinheiro aparece, os prazos são cumpridos e as coisas são no padrão FIFA. O que precisamos é fazer isso com a saúde, com a segurança e com a educação, com a infraestrutura do País...

P: O senhor tem conversado bastante com o ex-presidente Lula sobre sucessão...

R: [Interrompendo] Não, ultimamente não. Perdi o prazer em conversar com Lula.

P: Por quê?

R: Ficou meio sem graça, a conversa. Ele está muito diferente do que ele já foi.

P: Em que sentido?

R: Pouco atencioso com as realidades, muito endeusado. Nós tínhamos grandes conversas. Somos amigos desde 1988. Tivemos e temos uma relação de fraterna amizade durante esses anos todos, e tive muita alegria em trabalhar com ele. O Lula é uma figura muito interessante, mas hoje me parece que perdeu a modéstia, a humildade. Sei lá o que houve com ele. Ficou uma pessoa, uma amizade desagradáveis. Ele não ouve mais. Ele só fala...

P: Surpreende que um aliado a dois passos de assumir um ministério tenha uma visão tão crítica...

R: Não estou a dois passos de assumir o ministério. E a minha visão crítica é uma inerência da minha franqueza. Não estou dizendo aqui que não gosto do Lula e que não seja amigo dele. Gosto e sou amigo dele.

P: Ele tem feito um esforço pessoal para trazê-lo para a base e colocá-lo no ministério.

R: Eu jamais saí da base [de apoio à presidente Dilma]. Pelo contrário, eu fiz um movimento importante, difícil, desgastante, que foi romper com o PSB, o meu partido e fundar o PROS para ajudar o País a não ter retrocesso.

P: O senhor assume o Ministério da Saúde em janeiro?

R: Nesse momento, a minha obrigação é servir aos cearenses como secretário de saúde. É com isso que estou ocupado nesse momento.

P: Mas o Senhor já foi sondado, convidado?

R: Não.

P: Se convidado, aceitará?

R: A isso não se responde. Hoje tenho um foco. Minha missão é servir ao Ceará.

P: De qualquer maneira, a saúde é uma área muito sensível. Como o senhor avalia a saúde pública atual?

R: Na percepção popular esse é o principal problema do País. Eu digo a você que está faltando tudo, mas hierarquicamente, falta gestão. O Sistema Único de Saúde é muito generoso. O Brasil é o único País do mundo com mais de 100 milhões de habitantes que botou na constituição, anunciou como um direito de todas as pessoas, o acesso à saúde pública, gratuita em qualquer nível de complexidade e incondicional. Pode a classe média, pobre ou rico, mas isso nunca saiu do papel. Hoje você tem uma distorção tremenda, escandalosa, que é instrução do Judiciário determinando até internação de pessoas em UTI, determinando a entrega de remédios importados, sem registro na Anvisa. É completamente caótico... Só os ricos têm acesso à justiça, o povão está sendo tratado como bicho, na rede básica que não funciona. Faltam remédios básicos para diabetes, hipertensão que não são entregues.

P: José Serra, que é um economista, fez no Mistério da Saúde um trabalho que até hoje as pessoas consideram como relevante...

R: O Serra é uma figura tenebrosa [dando três batidinhas na mesa], mas ele é um bom administrador e o que ele fez foi isso. Não mudou estrategicamente nada, não aperfeiçoou em nada o SUS, mas fez mutirões de cirurgias. Fez a quebra da patente – e talvez isso sim seja simbólico - do coquetel da AIDS. O que o Brasil poderia fazer: uma política industrial baseada em substituição de exportações em compras governamentais. Isso sim seria uma mudança estratégica na saúde.

P: A doença principal do sistema de saúde então é falta de gestão?

R: Para começar. No limite, você não vai resolver o problema só com gestão, mas não há muito como legitimar reclamação por mais dinheiro se você está vendo dinheiro escorrendo pelo ralo, aplicado com grave ineficiência.

P: Então falta um economista no ministério?

R: Eu não sou economista. Sou administrador. O atual ministro até que está fazendo um bom trabalho. O programa “Mais Médicos” foi mal embalado, mas a iniciativa em si é importante e foi corajosa.
(Diário do Pará)

Lula avisa que vai priorizar Pernambuco para derrotar Campos

O ex-presidente Lula decidiu priorizar Pernambuco na eleição do próximo ano. Quer derrotar o governador Eduardo Campos em seu estado. Na conversa que teve recentemente com o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – durante viagem à África do Sul para o funeral de Nelson Mandela – Lula foi direto: “No próximo ano, vou morar em Pernambuco. E só vou sair depois que ganhar a eleição”.
Para interlocutores petistas, Lula explicou a sua estratégia. “Se eu for para o enfrentamento pesado em Pernambuco, vou obrigar Eduardo a perder mais tempo do que ele pensava para fazer campanha no estado”, disse Lula, segundo relatos. O ex-presidente disse que sua ideia é dar trabalho para Campos no estado e, com isso, não deixar o socialista solto para fazer campanha pelo Brasil.
Lula tem dito ainda que a candidatura presidencial de Eduardo Campos é uma incógnita. “Pode não dar muita coisa. Mas também pode ser o principal adversário de Dilma”, ressaltou. Por isso, a ordem no PT é sufocar a candidatura de Campos.
Por Gerson Camarotti 
Veja a mensagem de Lula para Pernambuco: