Nesta terça-feira, 28, o senador Cid Gomes (PDT) voltou a defender abertamente a volta da aliança entre PDT e PT no Ceará. Durante sua entrevista ao podcast As Cunhãs, Cid disse que a aliança entre as duas siglas é “muito importante” e criticou a postura do seu irmão, o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT), que em 2022 apoiou a candidatura de Roberto Cláudio (PDT) ao governo do estado e insistiu na ofensiva contra o PT e o presidente Lula.
“A meu juízo, o Ciro fez política com o fígado. E eu sempre aprendi, inclusive com ele, que política ninguém deve fazer com o fígado, deve fazer com a cabeça”, diz o senador.
“O Ciro não soube compreender que (em 2022) era aquela história da polarização. Que ali as pessoas não queriam ouvir projeto de governo, era um contra o outro. O bolsonarista era contra o Lula e o Lula era contra o Bolsonaro, os dois se completavam”, prosseguiu.
Cid também disse que Ciro trouxe para a eleição do Ceará sua disputa com Lula, a nível nacional, e que isso “não tinha razão de ser”.
“A gente estava construindo a manutenção de uma aliança, com o PT apoiando um candidato do PDT. Você quer mais que isso? O Camilo, governador muito popular, e o Lula, ultrapopular, os dois dispostos a apoiar um nome do PDT?”, questiona.
Na sequência, o senador rebateu a especulação de que a predileção de Camilo Santana (PT) pela indicação da então governadora Izolda Cela, que foi sua vice nos dois mandatos, seria “intromissão” nas decisões do PDT. Cid lembrou que em 2014 lançou Camilo “sem dar satisfação a ninguém” do PT cearense.
Ainda durante o podcast, o senador também criticou a atuação do ex-prefeito Roberto Cláudio.
“(Houve) um misto de o Ciro fazer política com o fígado e o Roberto Cláudio eu acho que exagerou em sua ambição. É natural que ele queira governar o Estado, foi o grande prefeito de Fortaleza. Mas ele exagerou, achou que o céu era perto”, afirmou o senador.
“Então, na hora que aconteceu isso, que eu vi que era irreversível, que o Ciro deixou a questão irreversível, que ele queria forçar uma candidatura do Roberto Cláudio, eu disse aos dois que estava fora, que achava aquilo absolutamente equivocado. Que era um tiro no pé essa disputa no PT, é uma vitória de Pirro, ganhar uma eleição para enfrentar um candidato que ia ter apoio do Lula e do Camilo”, explica.
Por fim, Cid declarou que espera o “tempo cure esse ódio” e apelou para que seus correligionários se movimentem no sentido de refazer a aliança. “Eu espero que o tempo cure essa coisa, esse ódio, essa vendeta. Ninguém pode fazer política desse jeito não. Não é possível que não lembrem até da importância (da aliança). O PT é meu aliado desde Sobral e o Ciro, quando era governador, procurou uma aliança com o PT do Ceará”, lembra.
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