sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Renato Roseno manifesta apoio na luta pela democratização da água

O deputado Renato Roseno (Psol) manifestou, nesta quinta-feira (04/08). no primeiro expediente da sessão plenária desta quinta-feira (04/08), apoio aos movimentos sociais pela democratização da água que ocuparam a Secretaria de Recursos Hídricos (SRH). Na quarta-feira (03/08), manifestantes de Fortaleza, do Cariri e do Vale do Jaguaribe foram reclamar da ausência de políticas de convivência com o semiárido. “Quero manifestar minha indignação com a situação mantida por uma gestão leniente ao trabalhador”, disse.
Entre as demandas dos manifestantes, o parlamentar citou o acesso das comunidades ao Aquífero Jandaíra - manancial de águas subterrâneas -, que está, segundo ele, sendo explorado em especial pelo agronegócio. Também a melhoria da qualidade da água, já que, conforme informou, 22 poços pesquisados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) do Ceará no Vale do Jaguaribe estavam contaminados por agrotóxicos; e o saneamento da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). “Não se fez, nos últimos meses, nenhum metro de esgoto na Região Metropolitana de Fortaleza. Quando capto esgoto, posso reutilizar essa água que é muito mais barato que a dessalinização”, avaliou. 
Renato Roseno defendeu o fechamento das térmicas instaladas na região do Pecém, que hoje, de acordo com ele, consomem 900 litros de água por segundo. “Isso dá 10 vezes o consumo de uma cidade de médio porte. Não tem sentido manter essas térmicas abertas, produzem pouquíssimo emprego, tem subsídio fiscal, subsídio na tarifa de água e o povo morrendo de sede”, cmentou.
De acordo com o deputado, o Ceará tem hoje 72% da outorga de água bruta voltada para agronegócios, indústrias, o que contraria a lei de Política Nacional e Estadual de Recursos Hídricos. Segundo ele, a legislação diz que quando há escassez, a prioridade no uso da água é para o consumo humano e dos animais.
O parlamentar lembrou ao longo do século XX vários movimentos sociais do campo estiveram na Capital reclamando que a grande economia, as classes mais ricas se apoderaram da água e fizeram da seca um instrumento político. “Estamos em pleno século XXI convivendo com esse legado”, acrescentou.
Para Renato Roseno, políticas de convivência com a seca significam tecnologias de baixo custo, de armazenamento de água, de culturas adaptadas ao semiárido, ter uma produção de energia de base local, sobretudo a partir de energia solar; além de permitir que as universidades avancem nas pesquisas e que a economia local seja subsidiada pelo Estado. “Hoje o Estado subsidia a fruticultura irrigada que não tem a ver com a convivência com o semiárido”, disse.
LS/AT

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