Durante a sessão especial em comemoração ao Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, realizada nesta sexta-feira (17/06), no Plenário da Assembleia Legislativa, a presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido, deputada Dra. Silvana (PMDB), destacou a importância de celebrar esse dia com debates e sugestões de ações e políticas públicas de estímulo à convivência com o semiárido. “Vivemos em um estado de alerta para um risco, que é a desertificação", alertou.
O secretário Estadual do Meio Ambiente, Artur Bruno, disse que Governo do Estado do Ceará, dentro do eixo Ceará Sustentável, tem trabalhado com outras instituições "para preservar a caatinga e combater o processo de desertificação”.
Artur Bruno mencionou que o Plano Estadual de Florestamento e Reflorestamento faz parte do programa Ceará Mais Verde e pretende aumentar o grau de reflorestamento do Ceará. “Temos que ganhar mais cobertura vegetal, e é preciso que nos unamos”, disse.
O secretário destacou ainda a importância das publicações lançadas durante o evento de hoje sobre a desertificação no Brasil, sobretudo no Nordeste. Os documentos, segundo ele, são “fundamentais não só para o diagnóstico, mas para as ações necessárias de combate ao processo de desertificação”, lembrando que o fenômeno é decorrente “de nossas práticas contra o meio ambiente”.
O coordenador da Pesquisa do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Rocha Magalhães, elogiou a iniciativa e garantiu que a questão do semiárido e da desertificação é considerada estratégica para a CGEE, “pois, se não for objeto de políticas públicas, nosso País não poderá ser desenvolvido”. Rocha Magalhães chamou a atenção para as terras secas - áridas e semiáridas - no mundo inteiro. Segundo ele, 40% das terras do planeta são consideradas secas. No Brasil, as terras representam cerca de 11%, enquanto o Ceará tem praticamente 100% do seu território na região semiárida.
O deputado federal Chico Lopes (PCdoB) disse que a ecologia esbarra em pontos como o desenvolvimento, a questão política e a existência do ser humano e dos animais. Chico Lopes aponta a especulação imobiliária como um dos grandes problemas da desertificação. “Muitas vezes são feitos megaedifícios em lugares que poderiam ser uma praça”, disse.
A solenidade foi realizada em conjunto com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), Secretaria dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará (SRH), Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos do Ceará (Funceme) e Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). Na ocasião, foram lançados os livros “Desertificação, Degradação da Terra e Secas no Brasil” e “Degradação neutra da terra: o que significa para o Brasil?”, apresentados pela Funceme e pelo CGEE. Também foi entregue a Medalha Ambientalista Joaquim Feitosa para a empresa Cerâmica Torres Ltda.
Entre os presentes estavam a presidente da Fundação Bernardo Feitosa, Maria Dolores de Andrade Feitosa; o diretor da Cerâmica Torres Ltda, Fernando Ibiapina; o secretário adjunto dos Recursos Hídricos, Ramon Flávio Gomes Rodrigues; o presidente da Funceme, Eduardo Sávio; o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec), Flávio Saboya, e o representante da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Marcos Albuquerque.
LS/CG
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