Os principais caciques do maior partido do Congresso abandonaram a presidente Dilma Rousseff e desprezaram a posse do ex-presidente Lula como ministro chefe da Casa Civil. O PMDB decidiu, informalmente, que não iria comparecer à posse dos novos ministros, inclusive a do deputado Mauro Lopes (MG), que é o secretário geral do partido, o segundo cargo mais importante da sigla. Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Congresso, o líder do partido no Senado, Eunício Oliveira (CE), tesoureiro da legenda, preferiram ficar em casa ou nos seus gabinetes. O vice-presidente da República, Michel Temer, que preside o PMDB, também não compareceu.
No último sábado, os peemedebistas aprovaram uma resolução proibindo a posse de cargos no governo federal de integrantes da legenda pelo prazo de 30 dias, até que a direção do partido decida se rompe ou não com o governo Dilma.
A nomeação de Lula para o ministério tinha como objetivo costurar um acordo com o PMDB. Dilma e o PT acreditavam até a tarde da quarta-feira(16) que o ex-presidente poderia acalmar a oposição no Congresso e refundar o governo. Mas o vazamento da gravação com as conversas de Lula com a presidente e com o ministro da Fazenda aprofundou ainda mais a crise política no Legislativo. Os deputados que formam a ala oposicionista do PMDB já acertaram um acordo, ainda sigiloso, para a escolha do presidente e do relator da comissão processante do impeachment.
Congresso em Foco
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