A família Aguiar, de Tauá, há décadas ocupa espaços de poder relevante na Assembleia Legislativa do Ceará, mas agora se prepara para buscar novo espaço de protagonismo.
Nos tempos de PMDB, Domingos Filho já era uma força política das mais influentes, mas tinha papel de coadjuvante de Eunício Oliveira.
Eles se afastaram gradualmente, à medida que Domingos se tornou cada vez mais próximo de Cid Gomes.
Primeiro como presidente da Assembleia Legislativa e, depois, como vice-governador, ele buscou se tornar parte do círculo de estrita confiança do então governador. Praticamente membro do próprio grupo.
A ponto de o filho de Domingos, Domingos Neto, ter optado não pelo PMDB, mas pelo PSB que na época era de Cid, para concorrer a deputado federal. Enquanto isso, o pai permanecia peemedebista. Mais tarde, pai e filho acompanharam o grupo Ferreira Gomes na adesão ao Pros.
Domingos pai sonhava em ser ungido como candidato do clã a governador. Como nunca foi tido como alguém do grupo ciro-cidista, foi preterido – ele e todo o Pros – por Camilo Santana (PT). A estratégia de se tornar parte intrínseca a outros grupos estabelecidos sempre esbarrou em obstáculos. Então, os Domingos Aguiar agora apostam num caminho mais autônomo.
Desde 2014, Domingos Filho se tornou conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Então, ao menos publicamente, deixou de ser a face pública da ação política familiar. Quando os Ferreira Gomes saíram do Pros, Domingos Neto não seguiu o caminho do PDT. Ensaiou ficar no partido.
Quando viu que não teria o espaço pretendido, foi para o Partido da Mulher Brasileira (PMB).
Na semana passada, o PMB formou bloco com o PSD – cuja presidente é Patrícia Aguiar, mãe de Domingos Neto e mulher de Domingos Filho. A união formou uma das maiores forças políticas do Estado. São nove parlamentares reunidos.
O partido do governador, o PT, elegeu apenas dois parlamentares. Hoje, os petistas estão num bloco com os deputados ligados aos Ferreira Gomes e PCdoB. Mas, são três grupos diferentes, sem falar das subdivisões dentro do partido.
No caso de PMB/PSD, são dois partidos sob comando de mãe e filho. Como força isolada, o bloco dominguista só fica atrás dos Ferreira Gomes.
Ontem, o bloco foi ao governador Camilo Santana. E fez ver a força política que tem. Em meio ao provável racha entre PDT e PT em Fortaleza, já deixou claro que não há aliança natural – embora o apoio a Roberto Cláudio seja o caminho mais natural, até por Domingos Neto já ter sido secretário.
Para além da Capital, é no Interior onde a coisa deve pegar. A aliança PMB/PSD entra com força em vários municípios, disputando espaço com petistas, pedetistas, peemedebistas.
(Jornal O Povo - Coluna Érico Firmo).
Nenhum comentário:
Postar um comentário