De maneira consensual, o diretório do Partido dos Trabalhadores de Fortaleza, anunciou, ontem, na sede do partido, na Avenida da Universidade, que terá candidatura própria à Prefeitura de Fortaleza. Mesmo que a executiva local tenha minimizado a possibilidade de um racha interno, nos bastidores, especula-se que, agora, com o anúncio de candidato próprio, fortifica-se a ideia de que, enquanto a executiva municipal lance um candidato petista, a estadual apoiará a reeleição do prefeito Roberto Cláudio (PDT).
Hoje, a divisão é clara, e o clima de disputa já marca as estratégias de representantes da cúpula petista. No mesmo momento em que o PT de Fortaleza anunciava candidatura própria, integrantes da direção estadual estavam reunidos com o governador Camilo Santana (PT), no Palácio da Abolição.
Em entrevista coletiva, o presidente municipal do PT, deputado Elmano de Freitas, salientou que a decisão foi unânime no diretório municipal e que a resolução vem de um processo construído ao longo dos últimos anos, além de seguir a orientação do PT Nacional, de que o partido deve buscar ter candidatura própria na maioria e no máximo de capitais, quando o PT tiver condição de disputar. “Na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), nós fizemos, nos últimos três anos, de maneira destacada, oposição ao atual governo municipal. Também fizemos plenárias nas regionais, onde se fortaleceu essa necessidade”, pontuou.
Questionado sobre qual o nome de consenso discutido internamente para representar a sigla na disputa pela sucessão do prefeito Roberto Cláudio (PDT), Elmano ressaltou que “há vários nomes”, contudo, disse que o PT precisará de muita “unidade”, além de “clareza” para decidir sobre o pré-candidato. “Quero deixar claro que nós não fizemos nenhum debate de nomes; nós debatemos, apenas, o posicionamento de candidatura própria”, frisou.
Nomes
Conforme o presidente da legenda em Fortaleza, o nome que será escolhido deverá ter o máximo de apoio de lideranças e de forças dentro do partido. “Cogita-se o nome da [deputada federal] Luizianne Lins, do companheiro [secretário de Cultura do Estado] Guilherme [Sampaio], do [coordenadoria de Acolhimento aos Movimentos Sociais], Acrísio Sena, [vereador] Deodato Ramalho, de outros nomes, mas não estamos debatendo esses nomes”, enfatizou.
Conforme Elmano de Freitas, no próximo dia 27, haverá uma nova reunião em que o diretório poderá iniciar essa discussão.
Apoio de Camilo
Ao lado de correligionários, o presidente do PT de Fortaleza minimizou a ideia de que, com o lançamento de candidatura própria, deve, em consequência, gerar um racha interno com a ala do PT ligada a Camilo Santana, que, atualmente, é aliada ao prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio. “O governador, até hoje, nunca expressou nenhum posicionamento sobre Fortaleza. O PT tem uma opinião clara de que Camilo expressa o conjunto de várias forças políticas, e o PT é uma delas”, salientou.
De acordo com Elmano, a executiva irá procurar dialogar com o governador Camilo Santana, para saber qual será a posição do chefe do Executivo do Estado.
Ausentes
No manifesto, eram esperadas as presenças da deputada Luizianne Lins, como a do presidente estadual da legenda, De Assis Diniz. No momento em que a executiva local deliberava sobre sua decisão, De Assis e o deputado José Nobre Guimarães estavam reunidos com o governador Camilo Santana no Palácio da Abolição. A reportagem, por meio de ligações, tentou o contato com De Assis Diniz, mas as ligações não foram atendidas.
Horas depois e com atraso, De Assis foi ao encontro da executiva municipal e se reuniu com representantes políticos das correntes do PT Ceará para a construção do documento que será apresentado durante a Conferência Eleitoral do PT Ceará, no próximo dia 30.
O Estado CE
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