Uma operação da Polícia Militar (PM) desarticulou uma esquema criminoso
de furto em uma obra de transposição do rio São Francisco, no município
de Mauriti, interior do Ceará, ontem. Na ação, os policiais recuperaram
R$ 50 mil em materiais de construção furtados. A construtora avalia um
prejuízo acumulado de R$ 2 milhões. Um funcionário da empresa é suspeito
de envolvimento no crime.
Conforme a Polícia, duas
pessoas foram detidas. A PM apreendeu duas toneladas de ferro, 71 peças
de andaimes importados do Canadá, folhas de madeireite, mantas de
revestimento, 50 metros de mangueira, além de carro de mão e caixotes
com ferramentas. O material foi encontrado em um depósito de construção
na rua José Quintino, distrito de Umburanas, para onde era desviado.
O
dono do estabelecimento é José Queiroz da Silva, 45, sem antecedentes.
Ele foi preso em flagrante. No local, os policiais também encontraram
uma espingarda.
O funcionário da construtora suspeito de
participação no esquema é Lucivan Severino de Sousa, 27, cunhado de José
Queiroz. Os dois foram levados para a Delegacia do município - José foi
autuado em flagrante por receptação e posse ilegal de arma de fogo,
enquanto Lucivan acabou liberado por não haver flagrante contra ele.
Apesar disso, ele será indiciado no inquérito policial por furto.
Investigação
A
Polícia começou a investigar o esquema após denúncias anônimas. Vários
boletins foram registrados na delegacia, por trabalhadores que sentiam
falta dos materiais. As investigações continuam no sentido de apurar a
existência de outros suspeitos envolvidos, além de descobrir há quanto
tempo os objetos eram roubados.
Lucivan disse que o
delito era cometido há cerca de dois anos e que, aos poucos, ele
retirava os materiais. Os dois infratores confessaram a prática
criminosa, segundo a Polícia.
A construção dos canais dos
eixos norte e leste da transposição do Rio São Francisco já consumiu R$
6,5 bilhões em recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)
desde 2008. Atualmente, o projeto está orçado em R$ 8,2 bilhões, quase o
dobro dos R$ 4,6 bilhões previstos inicialmente.
A
inauguração dos dois eixos estava programada para 2012, mas foi sendo
sucessivamente adiada. O novo prazo agora é janeiro de 2017.
O
adiamento é resultado de discordâncias contratuais entre governo e
empresas, além de erros nos projetos básicos da obra, que originaram
novas licitações. O POVO
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