Apostar na transposição do rio
São Francisco chegando ao Ceará. Racionalizar o consumo da pouca água que o
Ceará ainda tem nos reservatórios — 11,9% do volume total, até ontem. Dar
continuidade e intensificar ações de perfurar e instalar poços, montar adutoras
e enviar carros-pipa. São algumas propostas do Governo do Estado para conviver
com um provável quinto ano de estiagem. E 2016 traz ainda o desafio de pensar
alternativas para dessalinizar a água do mar pela primeira vez em larga escala
no Ceará.
Em reunião com a Secretaria dos
Recursos Hídricos (SRH), o governador Camilo Santana (PT) pediu à pasta o
estudo de alternativas para dessalinizar a água do mar em grande escala,
abrangendo possivelmente o Porto do Pecém, Fortaleza e municípios do litoral. A
informação foi dada ontem, durante o evento, pelo chefe de gabinete do
governador, Élcio Batista. A fase atual é de pesquisar qual tecnologia adotar e
quem investirá no projeto, detalhou Francisco Teixeira, titular da SRH.
A tarefa é buscar equilíbrio
entre o preço da água a ser ofertada e um baixo custo energético. O gasto
excessivo de energia é um dos entraves para usar o modelo de dessalinização
adotado em Israel e nos Estados Unidos. “Nós passamos 2015 recebendo visita de
vários empreendedores nesta área. Estão surgindo novas tecnologias”, disse o
secretário.
Complementar à ideia da
dessalinização, o Estado também aguarda estudos para o reuso da água. A
intenção é tratar a água residual do esgoto e ofertar para indústria, com
pesquisas em andamento na Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece).
Ainda conforme Teixeira, a gestão
da água será pensada com base no pior cenário possível. Ou seja, mais estiagem
e nenhum aporte nos açudes. No entanto, o planejamento seguirá a dinâmica das
chuvas no primeiro semestre. Tauá e Arneiroz, por exemplo, são municípios
favorecidos pelas chuvas de janeiro, na pré-estação.
Para o segundo semestre, período
mais crítico pela ausência das chuvas, uma grande aposta é a transposição do
rio São Francisco. Os gestores cearenses acompanham de perto a promessa do
Governo Federal de entregar a obra até julho deste ano, garantindo segurança
hídrica para cerca de 70% dos habitantes do Estado. O POVO
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