O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse que a prisão do ex-ministro José Dirceu não foi mencionada na reunião do Conselho Político da presidente Dilma Rousseff na manhã desta segunda-feira, 3. Guimarães, que é vice-presidente do PT, disse que caberá ao partido discutir o assunto em reunião amanhã, e não o governo.
"A Lava Jato pode continuar do jeito que está, mas o Brasil precisa funcionar. A Lava Jato não pode paralisar o País", comentou o petista. Guimarães disse que só interessa à oposição transformar "qualquer prisão" em um "fantasma de que o País vai paralisar". "O Brasil vive um momento de desgaste para todo lado. A política no Brasil precisa ser refeita, a política não está bem e envolve todos os partidos", afirmou.
Segundo o petista, o foco do encontro desta manhã foi a pauta do Congresso, após o fim do recesso parlamentar. Guimarães contou que a preocupação do Palácio do Planalto neste segundo semestre é com a aprovação de propostas que causem impacto nas finanças dos governos federal e estaduais.
Na reunião desta tarde no Palácio do Jaburu com os líderes da base governista, será feito um apelo para que os parlamentares votem contra esse tipo de matéria, em especial a Proposta de Emenda à Constituição que vincula o teto dos subsídios de advogados públicos, defensores públicos e delegados das Polícias Federal e Civil a 90,25% ao que recebem os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a que trata sobre a remuneração do FGTS. " É importante manter a atual política de correção para garantir o Minha Casa Minha Vida", destacou.
Também foi feita uma análise da situação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que rompeu com o governo. Os aliados da presidente Dilma chegaram à conclusão de que é preciso procurá-lo para estabelecer uma relação "institucional e civilizada, preservando a independência dos Poderes".
"O governo não aposta na tese de que ele vai ser instrumento da oposição. O governo aposta que ele manterá uma relação transparente com o governo e vamos dialogar. Quando tiver divergência, evidentemente a responsabilidade da base, que tem maioria, é votar contra", declarou Guimarães.
Estadão
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