O juiz federal Sérgio
Moro prorrogou nesta sexta-feira (31) a prisão temporária do presidente
licenciado da Eletronuclear, almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, sob
suspeita da Operação Lava Jato por envolvimento em esquema de propinas nas
obras da Usina Angra3 - os investigadores estimam que ele recebeu pelo menos R$
30 milhões de empreiteiras. O juiz também prorrogou a prisão temporária do
presidente da Andrade Gutierrez Energia, Flávio David Barra. Os dois são alvos
da Operação Radioatividade, 16.º capítulo da Lava Jato. Othon Pinheiro e
Barra foram presos na manhã de terça-feira (28) em regime temporário por cinco
dias. Em relatório enviado à Justiça Federal no Paraná, base da Lava Jato, a
Polícia Federal abriu mão de pedir a prorrogação da prisão do almirante e do
executivo, mas a Procuradoria da República se manifestou pelo decreto da prisão
preventiva de ambos. Na manifestação, os procuradores anexaram documentos
que reforçam a suspeitas sobre os alvos dessa nova etapa da Lava
Jato. Othon Pinheiro teria recebido propinas por meio da Aratec Engenharia
e Consultoria. Rastreamento da força-tarefa da Lava Jato localizou,
inicialmente, aportes de R$ 4,5 milhões no caixa da empresa controlada pelo
almirante. O juiz Moro decidiu pela prorrogação da temporária de Othon
Pinheiro e Flávio Barra. O magistrado da Lava Jato levou em conta o currículo
do almirante, apontado como referência no setor nuclear. "Mesmo
estando presentes os pressupostos e fundamentos da prisão preventiva, resolvo,
em vista do histórico profissional do investigado Othon Luiz Pinheiro da Silva,
com serviços relevantes prestados ao país na área de desenvolvimento da energia
nuclear, e diante de sua afirmação de que poderiam ser esclarecidos,
documentalmente, os serviços prestados pela Aratec que teriam justificado os
aludidos repasses, resolvo, em benefício dos dois investigados, no presente
momento apenas prorrogar a prisão temporária por mais cinco dias, findo os
quais decidirei novamente sobre o requerimento ora apresentado pelo Ministério
Público Federal."
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