A Polícia Federal anexou nesta terça-feira aos autos da investigação da Operação Lava-Jato, documento que mostra que a construtora Camargo Corrêa pagou R$ 3 milhões ao Instituto Lula, entre os anos de 2011 e 2013. Segundo o laudo, a empresa também teria repassado R$ 1,5 milhão para a LILS Palestras Eventos e Publicidade, de propriedade de Luiz Inácio Lula da Silva. Esta é a primeira vez que os negócios do ex-presidente aparecem nas investigações da Lava-Jato, que apura um escândalo de corrupção na Petrobras, com prejuízos reconhecidos de R$ 6 bilhões.
No caso do Instituto Lula, os pagamentos foram registrados em três vezes de R$ 1 milhão cada, com o título de “Contribuições e Doações” e “Bônus Eleitoral”. Para o LILS, cujo endereço declarado é na própria residência de Lula, em São Bernardo dos Campos, a empreiteira depositou três parcelas por ano, de R$ 337,5 mil em 2011, R$ 815 mil em 2012 e R$ 375,4 mil em 2013.
Dois executivos da empreiteira, Dalton dos Santos Avancini e Eduardo Hermelino Leite, confessaram em acordo de delação premiada que foram feitas doações eleitorais ao PT a pedido do ex-tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, já preso pela operação.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Instituto Lula disse que os valores registrados na contabilidade da empresa foram doados legalmente e que não existe relação entre a entidade e questões eleitorais. Quanto aos valores para a empresa do ex-presidente, a assessoria informou que os três pagamentos são referentes a quatro palestras feitas por Lula e que todos os pagamentos foram devidamente contabilizados e declarados.
Já a construtora Camargo Corrêa declarou que as contribuições ao Instituto Lula referem-se ao “apoio institucional e ao patrocínio de palestras do ex-presidente no exterior”.
EM
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