Ao analisar a crise vivida pelo país, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que a presidente Dilma Rousseff deveria admitir seus erros e dizer que "o desajuste que nós vivemos não é só conjuntural nem é só fiscal, ele é estrutural histórico". Ele observou que diversas "escolhas erradas" feitas ao longo da história do Brasil motivaram os problemas que o país enfrenta hoje.
- O Brasil é um país desajustado. É desajustado pela concentração da renda. É desajustado pelo sistema de transporte baseado no automóvel privado nas cidades que gerou essas “monstrópolis”. É desajustado, como a gente vê, todo o dia na televisão, porque o sistema viário não funciona, porque fechamos ferrovias, fechamos vias fluviais para usar transporte rodoviário que não está dando certo. E a culpa não é da Dilma. Tem mais de 50 anos isso! - exemplificou.
Entre as medidas que o governo deveria adotar, o senador citou a redução dos gastos públicos por meio da diminuição do número de ministérios e de cargos comissionados, e da redução do salário de alguns desses cargos.
Ele defendeu também o prolongamento da dívida pública e o aumento a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido dos bancos para 30% e não apenas para os 20% anunciados na semana passada.
Para Cristovam Buarque, o governo Dilma deveria assegurar autonomia ao Banco Central e transparência nos gastos públicos. Ele propôs ainda uma medida polêmica: a cobrança por alguns serviços públicos.
- Acho que está na hora de o governo assumir que tem que cobrar alguns dos serviços públicos. Alguns cursos das universidades estatais talvez estejam na hora de serem pagos. Por que tudo é grátis quando o país está numa crise desse tipo? Está na hora de fazer um entendimento: o que é que o governo oferece que deve ser pago em vez de ser gratuito. Tudo isso pode parecer que é pensar grande demais, mas quando o problema é muito sério a única saída é uma proposta ousada.
O senador sugeriu ainda a criação de um fundo de investimentos, com juros elevados aos investidores para garantir que o dinheiro aplicado ficasse um bom tempo investido. Com isso, o país resolveria o problema da baixa poupança interna, explicou o senador.
Agência Senado
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