Para quem acompanha os passos da política do Brasil, é cada vez mais evidente uma realidade se desenhava há algum tempo: o sonhado presidencialismo de coalizão, sistema ensaiado pela presidente Dilma, caminha para o fim. O mais irônico é que essa situação não é provocada por uma avalanche de partidos de oposição tipo PSDB, DEM e PP. Na verdade, quem se encarregou de sepultar essa utopia, foi o maior aliado do PT e de Dilma, no caso o PMDB. Não o PMDB do vice-presidente Michel Temer, cuja liderança se esvai diante dos seus partidários. Todos os “estragos” que o PMDB vem causando nas hostes do PT trazem a marca do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Só alguns exemplos: em poucos dias, ele aprovou o orçamento impositivo, e passou a reforma política para as mãos da oposição, confiando-a ao DEM. Impressionante também o “topete” dele, ao convocar os 39 ministros para que dêem explicações na Câmara. É claro que se trata de retaliação à presidente Dilma, que jamais o “engoliu” para presidir a Câmara Baixa. Agora, ele comanda feroz contra-ataque, com lideranças de sua confiança, minando os objetivos e se apoderando de postos-chave visados por um PT, que apenas estrebucha impotente. Dilma prometera “governar com o PMDB”, e não cumpriu. O preço a ser pago, que será muito alto, já começou a ser obrado.
Fernando Maia
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