Escolhido pelo PP para substituir na CPI da Petrobras um de seus integrantes investigados por suposto envolvimento no esquema de corrupção na estatal, o deputado Fernando Monteiro (PE) recebeu de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato R$ 230 mil em doações diretas e indiretas para sua campanha eleitoral no ano passado. Segundo a prestação de contas do deputado entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ele recebeu de maneira direta R$ 100 mil da Galvão Engenharia e R$ 30 mil da Odebrecht. Da Andrade Gutierrez, Monteiro recebeu R$100 mil repassados inicialmente à direção nacional do PP. Levantamento feito pela Agência Estado indica que ao menos 12 titulares da comissão de receberam doações de empreiteiras de forma direta ou indireta. A questão foi motivo de protesto do PSOL na primeira sessão da comissão. Dois integrantes do PP, o titular Lázaro Botelho (TO) e o suplente Sandes Júnior (GO), são alvo de inquérito que apura envolvimento de políticos no esquema de corrupção. Eles foram substituídos pelo partido na terça-feira, 10. Para a vaga de Sandes Júnior, foi escolhido o deputado Beto Rosado (RN). Na prestação de contas dele não aparecem empreiteiras investigadas. Para o lugar de Botelho, havia sido escolhido o deputado Covatti Filho (RS), filho do ex-deputado federal Vilson Covatti, que também figura na lista que a Procuradoria Geral da República (PGR) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF). Após repercussão negativa dessa troca, o PP recuou da decisão. Como compensação, Covatti recebeu a suplência do Conselho de Ética. A CPI vai ouvir nessa quinta-feira, 12, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), incluído na lista de investigados e que se apresenta espontaneamente, e o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, convocado por requerimento dos deputados.
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