O novo líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Evandro Leitão (PDT), poderá enfrentar resistências dentro de sua própria bancada, já que um dos mais ferrenhos opositores do governo é o seu colega de partido Heitor Férrer. A escolha do governador Camilo Santana (PT) é vista como estratégica, já que poderá ser uma forma de “acalmar” os ânimos de Heitor e neutralizar a atuação do oposicionista no parlamento.
Questionado sobre como será sua relação com Férrer, o novo líder assegurou que já conversou com o colega de partido, no sentido de construir uma relação harmoniosa. “Cada deputado que está aqui, tem sua representatividade e temos que ter o mínimo de respeito e diálogo, não só com Heitor, mas com todos os 45 deputados”, disse. A Liderança do Governo é a representação dos interesses do Poder Executivo dentro da Assembleia. O governador, por meio de mensagem, pode indicar um líder dentre os deputados, como intérprete de seu pensamento junto ao Legislativo, o qual tem as prerrogativas de fazer uso da palavra durante as sessões e encaminhar a votação de proposições sujeitas ao plenário.
O vereador Iraguassu Teixeira (PDT) avalia de forma temerosa a relação dos colegas de legenda no plenário. “Um choque político vai haver, porque nós sabemos da postura do deputado Heitor Férrer em relação ao governo do Estado. E, agora, o Evandro Leitão sendo líder do governo, vai haver um choque interno no partido. Eu vejo temeridade nesse caso, porque pode jogar dois companheiros de partido para um embate político: um defendendo, e o outro atacando. Eu conheço a postura do deputado Heitor e conheço a capacidade do deputado Evandro Leitão. Eu tenho uma temeridade muita grande”, avaliou.
Para Heitor, o fato de o líder ser de sua mesma legenda não o “inibe”. O deputado garante que continuará exercendo uma forte fiscalização ao governo. “Eu vou exercer meu mandato estabelecido pela Constituição. Um mandato de fiscalizar os atos do meu governo. O fato não muda minha conduta de deputado que vem se manifestando ao longo desse tempo de mandato”, aponta.
Férrer não descarta a possibilidade de ter fortes embates com o próprio colega de legenda. “Certamente nós teremos embates porque em muitas situações que forem levar a sociedade a criticar algo imposto pelo governo, o líder vai ter que fazer seu papel de defender o que ele representa. Fui eleito para defender as demandas a minha cidade e não do governo”, garantiu.
O parlamentar ainda afirmou que não haverá nenhum mal-estar dentro do PDT. “Seria uma infantilidade muito grande de imaginar que colocar um membro do meu mesmo partido na liderança iria diminuir minha oposição. Até mesmo porque o partido está acima dos deputados. O partido desde há muito tempo deu essa liberdade aos seus componentes de ter essa independência. Não seria um deputado membro do meu partido que iria fazer com que minha oposição, minha fiscalização diminuísse”, enfatizou. O Estado CE
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