O Governo Federal, com o seu pacote econômico, sinaliza para a população uma mudança radical no discurso de distribuir riqueza para produzir riqueza. A presidente Dilma chegou a criticar as medidas econômicas implementadas na Europa para combater a crise, que cortam gastos, elevam impostos e preços e restringem direitos. Esta receita é, agora, assumida pela presidente, que apela aos ministros para a defesa intransigente das ações propostas. Tudo o que a oposição faria se tivesse ganho a eleição.
Ajustes econômicos, desde que não afetem os trabalhadores, os investimentos, nem elevem a dívida pública, são necessários. O corte nas despesas poderia começar reduzindo-se à metade o número de ministérios, combatendo-se privilégios e mordomias dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, eliminando-se ou restringindo-se gastos com cartões corporativos, verbas de publicidade, diminuindo-se drasticamente cargos comissionados, extinguindo-se verbas parlamentares, imprimindo-se mais transparência aos gastos públicos para o combate à corrupção, além da redução dos juros exorbitantes praticados pelos bancos.
Estas medidas gerariam a tão propalada “confiança do mercado”, sem as contra-indicações da elevação da inflação, da redução do dinheiro no bolso dos trabalhadores, queda do consumo, da produção e do emprego, tudo que acontecerá com as medidas anunciadas pelo governo.
A sociedade brasileira não aguenta mais arcar com os ônus de medidas recessivas, de efeitos tão danosos para o setor produtivo e trabalhadores. O governo está desencadeando a desconstrução do círculo virtuoso que implementou até 2014, que gerou a desconcentração da riqueza e o combate à miséria, a elevação do consumo, da renda, da produção e do emprego.
O cálculo do PIB está subestimado, por não computar a riqueza produzida pela economia informal e empresas que sonegam nota fiscal. Este PIB mostraria a pujança de nossa economia.
Fátima Vilanova/mfatimavvilanova@gmail.com
Doutora em Sociologia
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