Realizado entre 22h48 de quinta e 01h18 de sexta, o debate presidencial na Globo teve gafes, ironias, risos e momentos tensos. Na hora do tudo ou nada, alguns candidatos não conseguiram disfarçar o nervosismo. Outros pareciam fazer parte de um show de stand up comedy, provocando aplausos da plateia de convidados e correligionários.
.O cenário com poltronas distribuídas ao fundo e um púlpito central fez os candidatos enfrentarem um levanta-senta-levanta. Marina Silva (PSB) foi a presidenciável com menos pressa. Cada vez que precisava se deslocar, ela andava vagarosamente, contando passos.
.Frente a frente no púlpito, alguns candidatos preferiram olhar para a câmera, sem encarar o adversário. Dilma Rousseff (PT), inquieta e gesticulando bastante, poucas vezes ficou centralizada na tela.
.Marina e Luciana Genro (PSOL), ex-colegas de PT, coincidiram em três aspectos: a escolha de casaco amarelo, a armação de óculos quase transparente e a exposição do número de chapa na roupa. A ex-senadora usou um vistoso broche em formato de 40. Genro ostentou um adesivo com o seu 50 — e o pingente dourado de sua corrente era a sigla PSOL.
.A diferença de altura entre Levy Fidelix (PRTB) e Eduardo Jorge (PV) ficou gritante quando os dois se posicionaram olho no olho para perguntar e responder. O primeiro tem 1,60m e o segundo, 1,90m. Na internet brincaram se tratar de Davi e Golias. Houve quem os comparasse a dois personagens do seriado ‘Chaves’ que estão sempre brigando: Seu Barriga e Seu Madruga.
.O mediador William Bonner se atrapalhou em vários momentos do debate. Pediu perdão por esquecer de sortear temas de perguntas e ao interromper Eduardo Jorge, sendo que o candidato tinha direito a uma tréplica.
.No momento em que Aécio Neves (PSDB) agradeceu a presença no estúdio de Fernando Henrique Cardoso, houve aplausos na plateia. Bonner pediu silêncio. A Globo não mostrou a imagem do ex-presidente tucano.
.Na vez de Levy Fidelix perguntar, o tema sorteado foi ‘combate às drogas’ e o candidato escolheu sua ‘inimiga’ Luciana Genro. Parte dos convidados riu, já prevendo o embate entre os dois, por suas oposições opostas em relação à legalização. Até a presidente Dilma soltou um riso irônico.
.Acusada por Fidelix de fazer apologia do uso de drogas ilícitas, Genro disse não incentivar ninguém a consumir “álcool, cigarro, Lexotan, Rivotril”, citando o nome comercial de dois famosos ansiolíticos.
.Em um embate com a sulista Luciana, Marina Silva teve um surto de gauchês e disparou sete vezes o pronome ‘tu’, que ela não costuma usar com frequência.
.Um dos momentos mais tensos foi quando Aécio Neves levantou o dedo indicador em riste e Luciana Genro reagiu: “Não aponte o dedo para mim”. O mineiro recuou e manteve as mãos na bancada do púlpito. Mas respondeu com veemência: “Você não está preparada para ser candidata à Presidência da República”.
.Convocado a fazer uma pergunta, Levy Fidelix ironizou: “Vamos melhor o nível”. Ele então chamou Pastor Everaldo (PSC), com quem disse comungar ‘o mesmo propósito para a família brasileira’.
.Na reta final do debate, a partir dos 30 minutos da madrugada desta sexta-feira (3), o áudio captou várias pessoas tossindo na plateia. Era o efeito do ar-condicionado, mantido em temperatura baixa para resfriar a iluminação do estúdio.
.Nas considerações finais, Levy Fidelix admitiu que não ganharia esta eleição, mas anunciou ao estilo O Exterminador do Futuro: “Estarei de volta”.
.Em seu pronunciamento de despedida, Eduardo Jorge chamou a urna eletrônica de ‘aquela maquinazinha’.
.Quando o debate foi encerrado, Levy Fidelix se apressou em ir até Dilma Rousseff (PT) para cumprimentá-la. Já Eduardo Jorge foi na direção de William Bonner. Os demais candidatos ficaram recolhendo os papéis usados como ‘cola’ para perguntar e responder.
Terra
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