No mesmo instante em que foi divulgada a pesquisa Datafolha que mostrou Dilma Rousseff com 40%, Marina Silva 27% e Aécio Neves 18% das intenções de voto, o Sensus apresentou uma pesquisa encomendada pela revista IstoÉ que mostra um resultado bem diferente: Marina e Aécio entram na semana que antecede o primeiro turno das eleições tecnicamente empatados, quase no limite da margem de erro de 2,2% para mais ou para menos.
No levantamento realizado entre o domingo 21 e a sexta-feira 26, a candidata do PSB tem 25% contra 20,7% do peessedebista. E o índice de rejeição a Marina subiu de 22,3% para 33%, ultrapassando o de Aécio, que subiu apenas de 31,5% para 31,9%.
Se Aécio e seus eleitores chegaram a se desesperar com o Datafolha, o Sensus veio não só dar um novo sopro de esperança, como também apontar o acerto da recente estratégia de campanha do PSDB. Como vive repetindo Aécio: “Eleição e mineração, só depois da apuração.”
Até lá, cada um brande a pesquisa que mais lhe agrada, é claro.
Veja trecho da matéria da IstoÉ:
(…) Já a presidenta Dilma conta com 35% e só não estará na segunda etapa da disputa se houver uma hecatombe nuclear sobre a sua campanha. A pesquisa mostra que tanto Dilma como Aécio acertaram nas estratégias adotadas nas últimas semanas.
A presidenta reforçou os ataques contra Marina, exagerou na defesa de seu governo e intensificou as agendas públicas. Com isso, cresceu 5,3% durante o mês de setembro.
O senador mineiro procurou demonstrar as semelhanças entre Dilma e Marina, questionou a veracidade do que ambas mostravam em seus discursos e colocou-se como a alternativa mais segura para mudar os rumos do País. A estratégia lhe valeu um crescimento de 5,5 pontos percentuais nos últimos 30 dias.
Já Marina apostou em se colocar como vítima de uma campanha que chama de “difamatória” e adotou um tom emocional tanto em entrevistas como nos palanques. Não conseguiu explicar as contradições de seus discursos e perdeu 4,5 pontos percentuais em menos de um mês.
“Pela primeira vez se constata a situação de empate técnico entre Marina e Aécio. O senador mineiro chega na reta final com tendência de crescimento e a ex-senadora com tendência de queda”, diz Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus.
A pesquisa ouviu dois mil eleitores de 24 Estados e também constatou um significativo aumento no índice de rejeição da candidata Marina Silva. No início do mês, 22,3% dos eleitores diziam que não votariam em Marina de forma alguma. Na semana passada esse índice saltou para 33%, superando a rejeição ao senador tucano que variou de 31,5% para 31,9%. A rejeição à presidenta continua na casa dos 40%, o que, segundo Guedes, é um empecilho à reeleição. “O aumento da rejeição a Marina, já superior ao de Aécio, é outro dado que permite afirmar que permanece aberta a possibilidade de um segundo turno entre PT e PSDB”, avalia Guedes.
Segundo ele, a candidata do PSB entrou na disputa com um forte apelo emocional, mas com o passar do tempo o eleitor passou a enxergar sua candidatura de forma mais racional.
O levantamento realizado em 136 municípios de cinco regiões mostra em um eventual segundo turno com Aécio, Dilma somaria 43,4% dos votos contra 38,2% se a disputa fosse realizada agora. No cenário de segundo turno entre Dilma e Marina haveria empate, com 40,5% para Dilma e 40,4% para Marina.
As tendências mostradas pela última pesquisa ISTOÉ/Sensus confirmam os dados levantados diariamente pelas campanhas dos três principais candidatos. E é com base nesses números que são traçados os planos para os dias que antecedem o primeiro turno.
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