quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Racionamento de água já atinge 24 municípios

Subiu para 24 o número de cidades em racionamento de água no Ceará. A contenção no fornecimento hídrico varia conforme o nível de reserva de cada localidade. A situação piora com mais dias sem chuva, para aumentar o volume dos reservatórios, que são mínimos: já são 103 açudes com menos de 30% da capacidade.
Desses, metade, ou 51 açudes, está com menos de 10% da capacidade, uma verdadeira situação de colapso de abastecimento. Amparados pelos órgãos técnicos, os municípios estão fazendo "o que podem".
Na semana passada, o Diário do Nordeste apontava que, pelo menos, quatro municípios já adotavam o racionamento de água como forma de evitar o colapso total nessas cidades.
As medidas de contenção são tomadas pela Companhia de Água e esgoto no Ceará (Cagece) e pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), órgãos gerenciadores em distintos municípios. A Cagece, que abastece a maioria dos municípios, têm ao menos 19 cidades sofrendo racionamento de água.
Embora esses órgãos tenham autonomia para decidir o racionamento, as decisões têm partido da reunião no Comitê Integrado da Seca, que reúne os diversos órgãos estaduais, municipais e federais envolvidos com a problemática.
Conforme o coordenador de Ofertas Hídricas da Secretaria de Recursos Hídricos do Estado (SRH), Gianni Lima, o racionamento está sendo iniciado nos municípios como medida preventiva. A situação tem exigido um esforço coordenado com Prefeituras dos municípios afetados, especialmente para o trabalho de conscientização do uso. O monitoramento é contínuo, e de acordo com os açudes que os abastecem, os municípios terão menos ou mais água.
A crise é generalizada, com menos intensidade apenas no Vale do Jaguaribe, que possui as maiores reservas do Estado, e na Região Metropolitana de Fortaleza, que é abastecida, na maior parte, pelas águas jaguaribanas. Ainda assim, o Açude Castanhão está com apenas 35% da capacidade de armazenamento.
Rotina
Assim como de seca o Nordeste entende, de racionamento, centenas de comunidades rurais do Ceará sabem há tempos e de forma rotineira. Mas a situação de escassez tornou-se tão mais drástica que são as áreas urbanas, nas sedes municipais, em crescente escala de falta d'água. Para Ricardo Adeodato, diretor de operações da Companhia de Gestão dos Recurso Hídricos (Cogerh), é o momento de economizar "mais do que nunca". Ele afirma haver segurança hídrica para 2015, mas a situação varia conforme a região das bacias hidrográficas. Adutora de montagem rápida, perfuração de poços e carros-pipas são as principais medidas adotadas para combater a falta d'água.
Embora já ocorram anos de seca e as medidas preventivas sejam adotadas, a solução ainda não chegou para todos os municípios, literalmente, à míngua.
Diário do Nordeste

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