Embora inconclusa, foi longa a conversa do ex-senador Tasso Jereissati (PSDB) com o deputado estadual Heitor Férrer (PDT), sobre uma possível candidatura deste a um cargo majoritário, nas eleições deste ano. O presidente estadual do PDT, deputado André Figueiredo, teve conhecimento do encontro, e também poderia conversar com o líder tucano, se por este fosse procurado, como acertaram Heitor e Tasso.
O PDT, hoje, é uma das agremiações que integram a base aliada do Governo estadual.Heitor apresentou algumas das dificuldades para integrar uma chapa majoritária de oposição, também, e principalmente, pela vinculação do seu partido ao Governo, do qual participa, inclusive dirigindo órgãos da administração, mas deixou a questão em aberto para que, depois da conversa de Tasso com André Figueiredo, o tema possa ser tratado no âmbito interno da sua agremiação. Enquanto isso, o PSDB patrocinará uma pesquisa para servir de base à continuação da conversa.
Férrer é um dissidente, no seu partido, embora com muito boa relação no seio pedetista (ele tem acertado, em Fortaleza, uma dobradinha com Figueiredo, se for candidato a deputado estadual). O comando da agremiação é do André Figueiredo, hoje, sem dúvida, preocupado com sua reeleição, esta, difícil pela falta de outros candidatos fortes dentro do partido, daí tornar-se dependente das alianças. E no Governo, onde está, a expectativa de sucesso eleitoral é bem mais promissora.Candidato ou não, Tasso terá uma posição muito significativa na formatação de um projeto de oposição no Ceará.
O seu partido, fora ele próprio, não tem quadro competitivo para as duas mais importantes posições: governador e senador, mas sua liderança pessoal, aliada à força da candidatura presidencial de Aécio Neves (PSDB) tem condições de reunir meios de dar musculatura a uma chapa oposicionista, daí, por certo, seus contatos com políticos realmente adversários do Governo Cid Gomes. As últimas eleições municipais, quando, por muito pouco não chegou ao segundo turno da disputa pela Prefeitura de Fortaleza, deram a Heitor crédito para outras disputas majoritárias. E o fato de ser o mais ativo adversário do Governo, desde o seu início em 2007, motivo facilitador do discurso da campanha em defesa de mudanças na gestão estadual, faz dele a atração para compor uma chapa majoritária de oposição. Edilmar Norões
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