BRASÍLIA - A lua de mel entre os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Campos (PSB-PE) pode estar próxima do fim. Há entre os dois adversários da presidente Dilma Rousseff um pacto de boa convivência e um acerto informal de apoio mútuo a quem chegar em um eventual segundo turno das eleições de outubro. Ambos lançaram suas pré-candidaturas nas últimas semanas, e a expectativa de lideranças dos dois partidos é que as divergências entre o pernambucano e o mineiro comecem a aparecer ao longo da campanha. As críticas, no entanto, devem ter um tom moderado, menos agressivo do que Campos e Aécio têm adotado em relação à presidente Dilma.
Apesar de dizerem, em tom de brincadeira, que podem ir os dois para o segundo turno, deixando Dilma de fora da decisão, tanto Campos quanto Aécio trabalham com a hipótese mais provável de que um deles seja eliminado na primeira etapa da corrida presidencial. Por isso, a intenção é manter um clima de "amizade moderada", com uma calculada distância para se sobressaírem com suas propostas, mas unindo forças para enfraquecer a principal rival.
- Há uma política de respeito, mas claro que ao longo da campanha os candidatos apresentarão suas diferenças nas propostas. Durante o debate, as críticas vão aflorar, mas os dois são amigos, se respeitam e investem muito no diálogo. Será uma campanha de alto nível entre os dois. A postura é mais dura com Dilma porque é natural que quem está no governo seja mais criticado - afirma o senador Rodrigo Rollemberg (DF), líder do PSB.
Do lado de Campos, haverá uma preferência por centrar as críticas aos governos tucanos passados, ao invés de personalizar ataques contra Aécio. No discurso do socialista deverão estar presentes ressalvas a processos conduzidos pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, como a emenda da reeleição, a forma como foram feitas as privatizações e a política energética. Para essa postura, aliados de Aécio devem responder à altura:
- Nossas diferenças são em relação ao governo Dilma. Até pouco tempo atrás Eduardo Campos participava desse governo. Já estamos fora do poder há 12 anos, não adianta levar as críticas para esse lado - adverte o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-MG), que destaca, porém, que será mantido o nível do debate. O Globo
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