O ex-ministro José Dirceu multiplicou suas possibilidades de negócios após a passagem como ministro da Casa Civil do governo Lula. Fora do governo e com o mandato de deputado cassado pelo envolvimento no esquema do mensalão, Dirceu alterou cinco vezes a razão social da JD Assessoria e Consultoria e incluiu no seu escopo de atuação a atividade de lobby para diversos setores com interesses no governo federal.
As mudanças no contrato da empresa incluem o registro de uma filial no Panamá, conforme revelou ontem o Estado. A filial tem o mesmo endereço da Truston International, sócia majoritária do hotel St. Peter, que ofereceu o cargo de gerente-administrativo a Dirceu, com salário de R$ 20 mil, dez dias após ele ser preso pela condenação no mensalão. No endereço da JD e da Truston funciona o escritório de advocacia Morgan Morgan, que oferece testas de erro para abertura das filiais no paraíso fiscal.
Ao ampliar o escopo de sua consultoria, Dirceu fez fortuna. Sua última declaração de bens pública, apresentada à Justiça Eleitoral em 2001, informa que ele tinha bens e valores que somavam R$ 172,8 mil, em valores da época. Somente a casa em que funcionava sua consultoria, em São Paulo, está avaliada em R$5 milhões por corretores.
Após sua prisão, o imóvel na Avenida República do Líbano, a 300 metros do Parque do Ibira-puera, foi colocado à venda.
A oposição cobrou ontem investigação sobre a filial da JD Assessoria e Consultoria no Panamá. “A cada dia surge uma nova descoberta daquilo que seria um grande “laranjal” arquitetado em torno do mensalão. Isto é gravíssimo, o que exige das instituições que façam ampla investigação”, disse o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR).
Estado de São Paulo
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