O presidente da Associação de Canais Comunitários, Fernando Mauro
Trezza, defendeu nesta terça-feira (19), em audiência pública na Câmara
dos Deputados, a publicidade comercial nas TVs comunitárias.
No debate promovido pela Comissão de Cultura, Trezza ressaltou que
sem o recurso das prefeituras, dos estados, do governo federal, e sem
publicidade, “os canais comunitários têm que fazer das tripas coração
para sobreviver".
Na opinião do dirigente, o desafio do debate é o de mostrar a atual
situação das TVs comunitárias no Brasil. "Em primeiro lugar, vamos
registrar que as TVs comunitárias passam, em geral 99% delas, uma
difícil situação sob o aspecto econômico. O que se pretende é buscar
recurso. Um debate que já foi vivenciado muitas vezes dentro dos canais
comunitários é a publicidade comercial e se poderia ou não existir
dentro dos canais comunitários. Esse debate foi sendo amadurecido ao
longo do tempo e chegou-se a conclusão de que isso é a realidade, isso é
uma necessidade."
Canal da Cidadania
No debate promovido para avaliar os desafios da regionalização da produção audiovisual nas atuais TVs comunitárias, também foi discutida a criação do Canal Comunitário que servirá para a transmissão de informações dos poderes públicos federal, estadual e municipal em sinal digital.
Os participantes discutiram ainda a regulamentação do Canal da Cidadania (Portaria 489/12
do Ministério das Comunicações). Esse canal digital disponibilizará em
cada munícipio, duas faixas de programação para a veiculação de
programas produzidos por associações comunitárias que tratem de questões
relativas à realidade social.
Segundo a deputada que solicitou a audiência pública, Jandira Feghali
(PCdoB-RJ), o debate gerou resultados positivos para quem trabalha com a
mídia independente.
"Hoje, além de se falar com muita força da radiodifusão comunitária,
algumas propostas concretas foram apresentadas, não só pelo Fórum, mas
também por nós parlamentares. Então é uma série de tarefas que nós
saímos daqui hoje, concretamente, para de fato tocar, fazer. Para que
possamos sair do discurso, sair da retorica e ir para a vida prática
para financiar essa mídia independente que hoje precisa do nosso esforço
e dedicação."
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