O PT deu início nesta sexta-feira a uma força tarefa para tentar reverter a cisão com o PSB e evitar a possível candidatura do governador Eduardo Campos à sucessão presidencial em 2014. Enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunia em São Paulo com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, do PSB, o presidente petista, Rui Falcão, disparava telefonemas para as lideranças do partido em Recife para que não deixassem o governo de Eduardo Campos.
A presidente Dilma Rousseff também deverá ter nova conversa com Eduardo Campos para tentar evitar a separação. No encontro de Lula e Bezerra, que durou uma hora e 40 minutos, os dois opinaram que a saída dos socialistas do governo petista foi apressada e que teria faltado diálogo. Bezerra chegou a entregar o cargo à presidente Dilma Rousseff esta semana, mas ela pediu que ele aguardasse até o final do mês no ministério.
Apesar do tom elevado de diversos petistas de revolta contra o governador pernambucano, Lula ainda não jogou a toalha. O ex-presidente e seus principais interlocutores têm defendido que o governador ainda pode compor o arco de aliança para as eleições de 2014.
— Há uma forte percepção (de Lula e Bezerra) de que foi difícil construir um bloco de esquerda como este. Eles trocaram a impressão de que é preciso conversar mais, de que faltou conversa — disse uma fonte petista.
Por outro lado, fontes do PSB em Recife informaram que, com o pedido de demissão, Bezerra se forteleceu junto a Eduardo Campos para concorrer ao governo pernambucano pela legenda e dificilmente partirá para o enfrentamento com o governador.
Já Rui Falcão, que estava em Fortaleza para o debate das eleições internas, telefonou para o presidente da legenda em Pernambuco, o deputado Pedro Eugênio, e para outros parlamentares petistas para que não apoiem a saída do PT do governo pernambucano. Aos parlamentares, Rui avaliou que uma decisão desse tipo seria muito precipitada.
O Globo
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