domingo, 15 de setembro de 2013

Dilma decide cancelar visita de Estado a Obama

A presidente Dilma Rousseff deve cancelar a visita de Estado aos EUA, marcada para o dia 23 de outubro.
A decisão, que ela já estava propensa a tomar após revelações de espionagens feitas no Brasil pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), foi reforçada na sexta-feira, em encontro com o conselho político informal com o qual costuma se reunir.
A viagem, anunciada em maio, seria a única visita de Estado de um presidente estrangeiro aos EUA neste ano. E a primeira de um brasileiro em quase duas décadas.
Categoria diplomática mais alta concedida a estrangeiros, a visita de Estado é reservada a parceiros estratégicos mais próximos dos EUA e implica em formalidades como um jantar de gala na Casa Branca e uma cerimônia militar na chegada.
Nem Lula recebeu a honraria. O último líder brasileiro a fazer uma visita assim foi Fernando Henrique, em 1995.
Na reunião de sexta, na Granja o Torto, além de Dilma, estavam presentes o ex-presidente Lula, os ministros Aloizio Mercadante (Educação), José Eduardo Cardozo (Justiça), o presidente do PT, Rui Falcão, o ex-ministro das Comunicações Franklin Martins, o publicitário João Santana e o chefe do gabinete presidencial, Giles Azevedo.
Ali, Dilma comunicou que já decidira não fazer a visita de Estado. Todos apoiaram a decisão, sobretudo Lula.
Ontem, a assessoria da Presidência procurou a Folha para informar que não há uma definição sobre o cancelamento da viagem.
Os EUA não pediram desculpas e não deram explicações convincentes sobre a espionagem no Brasil, que atingiu a comunicação da própria presidente com auxiliares. O país chegou a dar a entender que manteria a prática de monitorar o Brasil.

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