No centro do fogo cruzado entre governo e partidos aliados, que trabalham por mudanças na articulação política do Palácio do Planalto, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, rechaçou as especulações sobre uma possível reforma ministerial para os próximos meses. “Eu não consigo vislumbrar nenhuma modificação na estrutura de governo feita pela presidente Dilma (Rousseff)”, disse ontem a ministra.
A declaração de Ideli é uma resposta à bandeira levantada pelo PMDB pela redução no número de ministérios. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), defende o corte de pastas como forma de enxugar a máquina pública. “Quero perguntar melhor para o PMDFS no que consiste essa proposta. Até porque, eles ocupam seis ministérios. Vou pedir para o Henrique detalhar essa proposta”, ironizou a ministra. Na Câmara, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), alimenta um movimento do partido para apresentar uma proposta de emenda constitucional que limite o número de ministérios em 14.
A investida do PMDB é uma reação à tentativa do governo de jogar sobre o Congresso parte da responsabilidade pela crise política. Ao propor os pactos da reforma política, da responsabilidade fiscal, e das melhorias na saude, na educação e na mobilidade urbana, a presidente unificou no governo o discurso de que o Planalto fez a própria parte na busca por respostas à população. Nas entrelinhas de cada discurso que a presidente faz em defesa dos pactos, lê-se que o que não der certo deve ser imputado na conta do Legislativo. Ao jogar de volta para o governo uma proposta de austeridade, Henrique Eduardo Alves também cobra ações do Executivo.
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