quinta-feira, 18 de julho de 2013

Para especialistas, Lula ignora crise de representação política

Ao dizer em artigo ao “The New York Times” que os movimentos nas ruas em junho são resultado das conquistas sociais, econômicas e políticas obtidas nos últimos anos, o ex-presidente Lula ignora a crise de representação política no país, agravada durante o seu governo, na avaliação de especialistas. Em artigo publicado anteontem no jornal americano, Lula citou a redução da pobreza, o aumento do acesso à universidade e a bens de consumo como elementos capazes de fazer com que os jovens “desejassem mais”. Não citou, porém, casos de corrupção envolvendo integrantes de seu governo. O tom do texto segue o mesmo tom da recente campanha dos 10 anos do PT, conduzida pelo marqueteiro João Santana, baseada na ideia de que jovens precisam de apoio para aplicar o que aprenderam nas universidades e melhorar a qualidade dos serviços a que agora passaram a ter acesso.
- De fato houve uma melhora da qualidade de vida da população, algo que começou no governo FH e se aprofundou no governo Lula. Mas não obtivemos uma melhora nos serviços ou uma redução da corrupção que tivesse acompanhado essa melhora do ponto de vista econômico, o que acarretou nas manifestações. O governo tem uma parcela de responsabilidade que não foi considerada (no artigo) – disse Cláudio Couto, cientista político da Fundação Getulio Vargas, para quem é natural que Lula tente assumir a dianteira do processo político vivido no país.

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