O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, avaliou ontem que há no PT um clima em torno de uma eventual candidatura do ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto, em 2014. Pela análise do tucano, cresce o que nas fileiras petistas estaria sendo chamado de "volta, Lula". O tucano considerou que esse movimento significa a "falência" do atual governo da presidente Dilma Rousseff. Aécio participou de palestra pelos 19 anos de criação do Plano Real, no Instituto FHC, em São Paulo.
- O PT está vivendo isso (o volta Lula). O instituto da reeleição obriga a reeleição, é quase compulsória. A não candidatura de alguém que está no cargo é, no mínimo, a falência daquele governo. Vem com um atestado de incapacidade de enfrentar o problema - disse o senador.
Ele avaliou que a realização de plebiscito para uma reforma política demonstra que a presidente enfrenta os atuais protestos de "maneira lateral". E tem, segundo ele, transferido ao Congresso a responsabilidade pela crise.
Segundo Aécio, o processo de reforma política deve ser feito com responsabilidade:
- Isso me parece, mais uma vez, uma manobra, como foi a da Constituinte exclusiva, instrumento para tirar do foco as questões centrais.
Aécio afirmou também que não foi convidado para reunião com Dilma. E considerou que o encontro com a oposição "perdeu o sentido". Para ele, a presidente já conversou com os que concordaram com sua opinião, e não está disposta a discutir com quem diverge de sua opinião.
- Nós estávamos dispostos a aceitar, mas no momento em que a presidente já teve o "amém" daqueles que costumam concordar com a posição dela, temos dúvidas de para que serviria essa reunião. Se for para discutir a pauta da oposição, poderíamos aceitar o convite. Se for para tirar mais uma foto ao lado dela, acho que ela tem coisas mais relevantes para fazer.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem, em entrevista ao programa "Roda viva", da TV Cultura, que Dilma decidiu tardiamente convidar a oposição para dialogar.
- Ela devia ter chamado a oposição antes para conversar. Agora é tarde.
Ele apontou a "falta de diálogo" como um erro de Dilma:
- Acho que faltou conversar com o país e não, o que é moda hoje, ler um texto de marqueteiro na televisão. O Globo
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