Fortaleza entra pela segunda vez, hoje, no mapa dos protestos contra os altos investimentos da Copa das Confederações e do Mundial de 2014, com uma marcha que atraiu o apoio de mais de 38 mil pessoas pela rede social Facebook. A manifestação intitulada “Copa para quem?”, convocada pela Internet, ocorre a partir de 12 horas, pouco antes do início do jogo entre Brasil e México, e com um trajeto que deve se estender pela principal via de acesso à Arena Castelão, a Avenida Alberto Craveiro.
A marcha, que se autoproclama pacífica e contrária a agressões e vandalismo, segue a linha dos movimentos que estouraram em todo o País desde a última quinta-feira, em São Paulo: não há comissão organizadora única e bem definida, inclui mais de uma pauta, abrange grupos diversos da população e contempla diferentes visões políticas e ideológicas.
Embora a página do protesto no Facebook destaque que a iniciativa não possui vínculos com qualquer partido, alguns políticos deverão acompanhar a passeata, como os vereadores João Alfredo (Psol) e Capitão Wagner (PR), ambos de oposição ao Governo Cid Gomes (PSB).
Perguntado se sua presença não abre o risco de confronto com policiais a serviço do Executivo, Wagner disse que não atuará como líder do movimento e que tentará mediar possibilidades de conflito entre manifestantes e forças de segurança. Ele também revelou ter informações de que policiais e bombeiros insatisfeitos com o Governo participarão da manifestação, à paisana e com máscaras, para evitar risco de represálias. Ontem, o parlamentar gravou vídeo na Internet, convocando a população.
Preparação
A presença de políticos deixou em alerta integrantes do movimento que estão na linha de frente do evento. “Há uma tensão. Como o publico é muito diverso, tem gente de partido, tem anarquistas e tem pessoas que não tem posição definida. Em Fortaleza, como o fenômeno é recente, não sabemos como a população vai reagir”, afirmou Valéria Pinheiro, membro de uma das comissões organizadoras.
Segundo ela, alguns grupos estão sendo preparados para orientar os participantes a evitarem o conflito e acalmarem os ânimos mais alterados. Também haverá comissões de segurança e de saúde acompanhando a marcha.
Ao O POVO, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) disse que não modificou o plano de segurança previsto para a Copa e que não há esquema especial para acompanhar os insurgentes. A Secretaria Municipal de Segurança Cidadã também afirmou que a área de realização do protesto não é de competência da Guarda Municipal.
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