Em sua "estreia" em rede nacional desde que começou a agir como possível candidato à Presidência, o governador Eduardo Campos (PE) usou ontem o programa de dez minutos do PSB para se apresentar como crítico independente do governo Dilma Rousseff e uma opção para "dar um passo adiante".
Protagonista da propaganda partidária em horário nobre, o governador e presidente nacional do partido repetiu de uma só vez as críticas que vem fazendo à gestão petista desde o início do ano.
"O Brasil precisa dar um passo adiante e nós do PSB vamos dar este passo junto com o Brasil", disse.
Aliado cada vez mais distante do Planalto, Campos ainda empregou tom de ameaça ao dizer que o país pode retroceder se não promover mudanças estruturais.
"Temos um Estado antigo, que ainda traz as marcas do atraso e do elitismo", disse. "Ou avançamos agora ou corremos o risco de regredir", afirmou o governador, mas sem apresentar alternativas.
A peça cita a luta pela redemocratização no país. Além de Campos, apareceram no vídeo o líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), e o líder do partido na Câmara, Beto Albuquerque (RS).
Destaques do partido no Nordeste, o governador do Ceará, Cid Gomes, e seu irmão Ciro não foram citados. Ambos são contra a candidatura de Campos ao Planalto.
A propaganda expôs problemas enfrentados pelo governo federal em educação, saúde, energia e produção agrícola e apontou que "mudanças fundamentais", como as reformas fiscal e política, "continuam sendo adiadas".
No vídeo, Campos trouxe para seu partido parte do mérito de 20 milhões de pessoas terem deixado a pobreza extrema, uma das vitrines do governo petista, e disse que "é possível fazer mais".
Apresentou Estados e municípios como vítimas de subfinanciamento federal e disse que um governante "não pode ser nunca o dono da verdade". Em outros ataques, Campos citou a "velha política" de interesses "instalados na máquina pública" e criticou o apadrinhamento político nas administrações.
"Cargo público tem que ser ocupado por quem tem capacidade, mérito, sobretudo espírito de liderança, e não por um incompetente que é nomeado somente porque tem um padrinho político forte", afirmou o pernambucano.
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