quinta-feira, 7 de março de 2013

Roberto Cláudio é a indicação de Cid Gomes para 2014?


Leia a coluna de Fábio Campos para o Jornal O Povo:

Lula e o PT anteciparam a campanha de 2014, a cobertura política adorou e o tema toma conta do noticiário. Inclua-se aí a pauta da imprensa nos estados. O Ceará que o diga. Aqui e alhures, não há um só movimento que não seja imediatamente relacionado à sucessão de 2014.

Ontem, por exemplo, o governador Cid Gomes (PSB) se viu obrigado a responder o que não gostaria. Como tem merecido afagos de Lula e como tem reiterado seu apoio à reeleição de Dilma Rousseff, Cid se viu diante dos microfones curiosos dos jornalistas tendo que negar que esteja sabotando a possível candidatura a presidente da República do presidente de seu partido, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).

Na dinâmica dos acontecimentos, atentem para o compromisso assumido publicamente pelo governador: “Já disse a ela (Dilma) e ao Lula, eu não sou quinta coluna... Quem achar que eu sou quinta coluna, que eu estou querendo sabotar o meu partido, querendo sabotar o presidente do meu partido, está redondamente enganado, vai quebrar a cara. Eu estarei com o meu partido”.

Pronto, agora Cid está preso a esse compromisso. Ou seja, se Eduardo Campos for candidato a presidente da República em 2014, Cid Gomes o apóia mesmo que seu desejo seja estar no palanque de Dilma ao lado do PT e do PMDB. Caso assim seja, a candidatura de Eduardo Campos, se concretizada, colocaria ponto final na aliança cearense formada em torno de Cid. PT e PMDB teriam que procurar suas turmas. Provavelmente juntos. Talvez separados.

É evidente que Cid Gomes não gosta do que está acontecendo. Por ele, sucessão 2014 seria conversa para daqui a um ano. Tanto que reclamou de Lula, que antecipou a campanha: “Quem está na oposição deve tomar a iniciativa do debate eleitoral. O governo precisa governar”.

Porém, a dinâmica da política (com suas variáveis) é incontrolável. Os próprios movimentos de Cid Gomes já são analisados a partir da ótica da sucessão. O mundo petista já notou que o governador colocou o prefeito Roberto Cláudio (PSB) a tiracolo.

Cid levou RC para o encontro do PT em Fortaleza. O prefeito não havia sido convidado. Cid levou RC para a visita de Lula a Redenção. Os dois foram de carro pegar Lula no hotel. Cid leva RC para Brasília sempre que pode. E qual a leitura que os petistas começam a fazer disso?

Simples e óbvio: Cid prepara RC como uma alternativa para 2014. Afinal, não se chega em uma disputa como essa sem planos A, B e C. Roberto Claúdio pode ser A, pode ser B e pode ser C. Pode também não ser nada e continuar onde está. As circunstâncias de 2014 definem.

E Eunício Oliveira? Pois é, RC seria o antídoto para convencer Eunício a permanecer como senador, não se candidatar ao Governo e ainda apoiar o candidato de Cid. Entendam: o vice de RC na Prefeitura, Gaudêncio Lucena, é amigo e sócio do senador. Ou seja, caso RC saia para o Governo, Eunício ganha a Prefeitura de Fortaleza, a segunda principal jóia da coroa cearense.

Governador nenhum gosta de perder o controle sobre o processo sucessório. Com toda razão. Isso enfraquece a gestão, embaralha o foco da administração e, no fim das contas, antecipa o inevitável fim de seu próprio poder. Porém, há sinais de que o controle da sucessão pode escorrer pelos dedos do governador.



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