O ex-ministro Ciro Gomes (PSB) abriu uma crise em seu partido ao usar o espaço que tem como comentarista esportivo em uma rádio cearense para criticar o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), possível candidato à Presidência da República em 2014.
Em entrevista transmitida no sábado (23), na rádio "Verdes Mares", Ciro disse que nem o presidente nacional do PSB nem os demais prováveis candidatos Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (Rede) têm proposta para o país.
"O Eduardo não tem estrada ainda. Não conhece o Brasil. O Aécio não conhece o Brasil. A Marina Silva representa uma negação ética, uma negação desses maus costumes, mas não representa a afirmação de rigorosamente nada", disse Gomes.
O ex-ministro voltou a fazer críticas ao comentar a situação econômica do país. "Eduardo Campos, Aécio Neves e Marina não têm nenhuma proposta, nenhuma visão. Isso é o que me preocupa", disse Ciro Gomes, completando que, por isso, a presidente Dilma Rousseff "pode ganhar por WO".
As declarações causaram revolta entre os socialistas. Um assessor político de Eduardo Campos, que pediu para não ser identificado, disse à Folha que os irmãos Ciro e Cid Gomes, governador do Ceará, representam uma corrente minoritária e "marginal" na condução do partido e que se não estiverem mais dispostos a "se dobrar" à opinião do PSB, "só vai ter o caminho de sair".
O vice-presidente da sigla, Roberto Amara, defendeu, em nota, o governador de Pernambuco e disse "lamentar profundamente" a opinião "desinformada" de Ciro Gomes.
Amaral disse ainda que a antecipação da disputa de 2014 só interessa a uma oposição "atrasada" e disse que o ex-presidente Lula errou ao lançar a pré-candidatura de Dilma, na semana passada.
A assessoria de Marina Silva disse que ela não iria comentar as declarações. A assessoria de Aécio não havia ligado de volta até o fechamento desta edição.
Folha
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