O deputado estadual Péricles Mello (PT), primo da vereadora Ana Maria, sequestrada há mais de 24 horas, desde a tarde de terça-feira, disse ter recebido um telefonema ameaçador nesta madrugada. Em entrevista a um jornal e uma rádio locais, Mello afirmou que a família vai até as últimas consequências para saber o que realmente aconteceu. O parlamentar detalhou aos jornalistas as ameaças de morte sofridas nesta madrugada:
– Ligaram na minha casa, minha filha atendeu e desligaram. Depois ligaram de novo e eu atendei. Falaram: “O que aconteceu com a sua prima viria a acontecer com você, seu vagabundo”
O vereador Aliel Machado (PCdoB) suspeita que crime tenha sido político, para influenciar o resultado da eleição.
– Para mim foi um seqüestro político. Até agora não pediram resgate e tudo aconteceu quando ela estava indo para a votação, que é muito disputada pelos partidos da situação (formados principalmente por PSDB, DEM, PPS, PMN, PSD) e da oposição (PT, PCdoB, PPT, PMDB, PTB, PRB) – disse Machado, que divulgou a suspeita em suas redes sociais.
Vereadora reeleita pela legenda petista, Ana Maria de Holleben desapareceu logo após a cerimônia de posse para a legislatura 2013/16, realizada na manhã desta terça-feira, no Cine-Teatro Ópera. Após ser empossada e participar da oficialização de Marcelo Rangel (PPS) como novo prefeito, a petista deixou o local para levar a mãe dela em casa.
– Eu até a convidei para vir comigom em meu carro, mas ela disse que iria levar a mãe até a casa, fazer um lanche rápido e seguir para a Câmara – lembra o vereador eleito Paulo Cenoura (PSC).
Segundo o motorista da vereadora, que foi ouvido por investigadores da 13ª Subdivisão Policial (SDP), quatro homens teriam abordado o carro em que Ana Maria estava.
– Ele relatou que foram cercados por um carro e duas motos e que os bandidos transferiram a vereadora de veículo – relatou o delegado Maurício Souza da Luz.
Caso em aberto
O sequestro ocorreu por volta das 18h. O funcionário da parlamentar disse à polícia que havia dois criminosos no automóvel – um Gol, que ainda não foi encontrado – e um em cada motocicleta. Ele não soube precisar o local exato da abordagem, entretanto, informações dão conta de que o fato teria acontecido na Avenida Visconde de Taunay, na periferia da cidade.
As investigações da Polícia Civil sobre o desaparecimento da vereadora Ana Maria seguiram nesta quarta-feira e “foi registrado um boletim de ocorrência, pelos familiares, como sequestro”, assegura o delegado Maurício, que lidera o caso junto com o delegado Josimar Antônio da Silva. A autoridade policial acrescentou que, na delegacia, o filho de Ana Maria disse que conversou com a mãe no final da tarde.
– Ela ligou, disse que estava bem e que à noite retornaria – disse.
No entanto, não se sabe se a ligação teria acontecido antes, ou após o sequestro. O grupo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Grupo Tigre), especializado em resgate de reféns e negociação para desvendar o caso do sequestro à vereadora, foi acionado pela Polícia Civil e os investigadores do Grupo já estavam a caminho de Ponta Grossa.
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