Líder do PT na Câmara, o deputado José Guimarães (CE) afirmou nesta quarta-feira (3) que a bancada do partido na Casa não está constrangida com a posse de seu irmão José Genoino (PT-SP) como deputado. Condenado a seis anos e 11 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão, em regime semiaberto, Genoino volta à Câmara três anos após deixar a Casa e não conseguir se reeleger.
“Não tem nada de constrangedor nem de constrangimento na bancada do PT”, afirmou Guimarães. Apesar de serem irmãos, os dois construíram suas vidas políticas em estados diferentes, um no Ceará e o outro em São Paulo. Guimarães ficou conhecido nacionalmente em 2005 quando um assessor seu foi preso no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com US$ 100 mil escondidos na cueca, e mais R$ 209 mil numa maleta de mão. Na época, ele era deputado estadual no Ceará.
Por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Guimarães foi inocentado do caso. Nos últimos dois anos, foi vice-líder da bancada governista na Câmara. No fim de 2012 assumiu a liderança do PT no lugar de Jilmar Tatto (SP). Ele disse que compareceu à posse de Genoino como líder e não como irmão. “Não vivemos em um estado de exceção, vivemos em um Estado democrático de direito. Vamos esperar o trânsito em julgado para a Câmara tomar uma decisão sobre o mandato”, disse.
Hoje, 14 deputados tomaram posse na Câmara. Genoino assume o mandato de forma interina por ser o segundo suplente da coligação formada pelo PT em 2010. O primeiro suplente, Vanderlei Siraque (PT-SP), já está no exercício do mandato. Porém, não é apenas o ex-presidente nacional do PT que retorna ao Legislativo sob suspeita. O Congresso em Foco mostrou que outros parlamentares também são alvos de denúncias. Um responde por homicídios e dois são acusados de trabalho escravo
Para o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), a posse de Genoino traz desgaste para o Legislativo brasileiro. Ele lembrou que outros três deputados foram condenados no processo do mensalão e estão no exercício do mandato – João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP). “Ele foi condenado e não há como negar que há um desgaste para o Parlamento brasileiro. A Câmara não pode parar ou criar atritos com outro Poder por conta de uma questão já decidida pela mais alta corte do país”, afirmou.
Congresso em Foco
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