quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Ala serrista do PSDB ameaça revoada em resposta a candidatura de Aécio


A perspectiva de uma revoada tucana vem tomando corpo na ala do PSDB mais ligada ao ex-governador José Serra (SP). O combustível para essa ideia, na opinião líder do partido no Senado, Alvaro Dias (PR), foi a “escolha” antecipada do nome do senador Aécio Neves (MG) como candidato do partido em 2014. 
“Tudo isso é consequência de uma postura de antecipar o nome do candidato sem discutir com a base do partido, sem a participação da militância”, considerou o senador, que não descarta os movimentos dissidentes.
O nome de Aécio foi lançado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso , em reunião do partido, no final do ano passado. O próprio Fernando Henrique vem se empenhado para angariar recursos para a candidatura de Aécio.
“Revoada pode ser exagero, mas o que não dá e ter uma postura de avestruz, que enterra a cabeça e ignora que a insatisfação existe”, disse o senador. “A estratégia adotada foi de valorizar a cúpula do partido e desconsiderar as bases. É claro que isso gera dissidência”, ponderou o senador.

Dias considera que a postura adotada pelo partido de escolher o candidato é um caminho sem volta. “Falar em primárias agora soa um pouco falso. Isso teria que ter sido feito no ano passado, antes das eleições municipais. Poderíamos ter até lançado uma campanha do tipo ‘filie-se ao PSDB e escolha seu candidato à presidência’. Perdemos essa oportunidade”, ponderou Dias, que entregará no próximo dia 31 a liderança do partido no Senado. “A realização das primárias teria somente a função de legitimar uma decisão que já foi tomada”, explicou.
O novo líder dos tucanos deverá ser o senador Cássio Cunha Lima, ligado a Aécio Neves. O mineiro também está em campanha para assumir o comando nacional da legenda. 
Fusões a vista
Em conversas com outras legendas os tucanos falam em aproveitar a disposição de siglas que, como o PPS, estudam se fundir com outra legenda e assim abrir possibilidades de filiações, sem que haja perda de mandatos e restrições da lei eleitoral para a disputa em 2014.
Tucanos avaliam que dissidentes não teriam robustez suficiente para formar outro partido já que o PSD foi uma “primeira porta” aberta nesse campo político no Brasil. “Além de ter sido a primeira porta, o então prefeito Gilberto Kassab estava no poder, o que não é o nosso caso”, avalia o senador. “Não é tão fácil assim lançar um novo partido”, avaliou Dias.


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