A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira que os problemas de interrupção de energia que aconteceram recentemente em todo o país são fruto de erros humanos e não devem ser atribuídos a problemas como raios que teriam atingido as subestações ou linhas de transmissão. Durante café da manhã com jornalistas nesta manhã, a presidente foi enfática - e inclusive usou um mapa do Brasil para ilustrar as quedas de raios neste ano - para afastar a hipótese de que fenômenos naturais poderiam causar esses problemas. Ela ainda negou que há chances de ocorrerem apagões no Brasil.
- O dia em que falarem para vocês em que caiu o sistema porque caiu um raio, gargalhem. Raio cai todo dia nesse país, toda hora. O raio não pode desligar o sistema. Se desligou, é falha humana. Raio é derivado de uma chuva, que é crucial para um sistema hídrico. Não é sério dizer que a culpa é do raio, nossa briga é impedir que quando a raio caia o sistema pare.
Dilma disse que acha “ridículo” dizer que o país corre o risco de racionamento de energia.
- O país tem que se antecipar, planejar. Hoje estamos saindo da mão para a boca. Acho ridículo dizer que no país temos risco de racionamento.
Para a presidente, o sistema elétrico deve ser “implacável” contra interrupções de energia e o país não pode aceitar conviver com essa situação. Porém, a presidente afirmou que o país não irá enfrentar novos apagões e que essa é uma forma “maldosa” de encarar a questão.
Ela avalia que muitas vezes os novos investimentos são privilegiados e a manutenção fica em segundo plano. Segundo a presidente, durante seu governo as duas frentes serão feitas, mantendo investimentos mas sem esquecer de realizar a manutenção do sistema elétrico.
- Quem tem de dizer quem tem de investir no sistema elétrico é o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). Se não disser, não tem ordem de investimento - disse. - O sistema elétrico tem de ser implacável com interrupções, não podemos conviver com isso.
A presidente mencionou as recentes falhas de energia e no ar condicionado dos aeroportos do do Galeão e Santos Dumont, no Rio, como exemplos da falta de manutenção. Para Dilma, esses são exemplos similares aos que acontecem no sistema elétrico.
- No Galeão, foram duas coisas: falha humana, porque deveriam ter trocado o ar condicionado que estava velho, e sobrecarga, por causa da temperatura alta - avaliou.
O Globo
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