Um repórter da "Folha de Boa Vista" acusa o chefe da Casa Militar de Roraima de tê-lo agredido e retirado à força de um evento do governo.
O fotógrafo Janderson Nobre, 29, diz ter sido abordado pelo coronel Edison Prola e por outros policiais enquanto cobria uma entrega de brinquedos em um estádio de Boa Vista, no último domingo (23).
Nobre disse que a abordagem ocorreu após ele ter feito imagens de uma mulher que recebia atendimento médico, e ainda antes da cerimônia da entrega dos brinquedos.
"Nesse momento fui abordado pelos oficiais, que me pediram para não fotografar. O coronel Prola me pegou pelo braço, gritou e me expulsou do estádio. Ainda consegui ligar a máquina e gravei a agressão", disse o repórter fotográfico.
Nobre foi levado ao IML (Instituto Médico Legal), onde passou por exame de corpo de delito. Reportagem recente da "Folha de Boa Vista" apontara suspeitas sobre a licitação para a compra dos brinquedos entregues no domingo. "Não sei os motivos reais do governo [para a suposta agressão], mas com certeza foi cerceada a liberdade de imprensa numa cobertura jornalística", afirmou.
O subsecretário de Comunicação do governo, Gustavo Vieira, negou que o repórter tenha sido agredido, mas criticou a "Folha de Boa Vista". Afirmou que Nobre foi retirado do evento porque fotografou uma senhora sem permissão e porque não portava credencial do jornal.
"Ele [Nobre] deveria respeitar as pessoas, não respeitou. O jornal 'Folha de Boa Vista' não desceu do palanque, não faz jornalismo e não se conformou com a vitória do governo", disse.
Frederico Leite, advogado da "Folha de Boa Vista", disse que ingressará com representação no Ministério Público de Roraima contra o governador e os oficiais da Polícia Militar envolvidos no episódio.
Folha
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