quarta-feira, 31 de outubro de 2012

PF desarticula quadrilha suspeita de usar igreja para sonegar impostos


Policiais federais cumpriram 12 mandados de busca e apreensão e seis de prisão na manhã desta quarta-feira (31) em uma operação para desarticular um grupo criminoso suspeito de práticas como lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. A operação Lava Rápido ocorreu em São Paulo, Atibaia (SP) e Valinhos (SP).
O inquérito policial teve início em março deste ano após a constatação de que uma pequena igreja havia movimentado em suas contas quase R$ 400 milhões em operações financeiras.
Com as investigações, a polícia descobriu que se tratava de uma empresa de fachada, que nunca teve existência física. A associação religiosa foi criada para ter imunidade tributária e diminuir as chances de uma investigação.
A quadrilha investigada criou diversas empresas de fachada e as usava --durante um curto período de tempo, para evitar a fiscalização-- para receber recursos de empresas reais e depois enviá-los para o exterior por meio de "doleiros".
Segundo estimativas, o prejuízo total à União e ao Estado de São Paulo pelo não recolhimento dos tributos devidos e pelas fraudes detectadas passam de R$ 150 milhões ao ano.
CORRUPÇÃO
O grupo também atuava para empresas devedoras do fisco estadual, que já haviam sido autuadas ou que haviam tido seus recursos administrativos julgados improcedentes.
Eles contavam com a colaboração de servidores públicos vinculados à área tributária, que sumiam com os processos de fiscalização das repartições públicas e apagavam os registros nos sistemas de informática.
A investigação aponta que eles eram levados em partes, escondidos em bolsas ou mochilas, e depois eram entregues aos chefes da quadrilha, que os entregavam para os empresários envolvidos.
Há evidências de que os valores de multas fiscais variavam entre R$ 1 e R$ 35 milhões.
Foram apreendidos 14 veículos, cinco procedimentos fiscais de pessoas jurídicas e um de pessoa física, US$ 30 mil e R$ 100 mil.
Os investigados devem responder por crime contra o sistema financeiro, subtração de processos, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, formação e quadrilha, falsidade ideológica e sonegação fiscal. As penas somadas podem atingir 28 anos de prisão.

Folha

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