Recém-nomeado arcebispo de Teresina (PI), dom Jacinto Furtado de Brito
Sobrinho, 65, diz que o discurso do papa "não é infalível". E, segundo
o religioso, "o fato de que, para ser padre, precisa ser também
celibatário, é uma disciplina da Igreja [Católica] que pode mudar".
A opinião se choca com recentes declarações de Bento 16 a sacerdotes
reformistas que desejam tanto a ordenação de mulheres como o fim da
proibição do casamento de religiosos. O papa se refere ao celibato como
"imprescindível" e, a essa ala contrária, como "desobediente".
"O papa não é infalível quando fala tudo. A Igreja tem a convicção de
que ele é infalível quando fala de fé e moral", afirma dom Jacinto.
Para ele, a mudança de opinião em relação ao celibato é alimentada
por vários segmentos da Igreja. "Isso é um desejo de muitos bispos."
"O espírito vai soprar na Igreja, e o papa tomará uma decisão
oficial, conjunta, de dar as duas alternativas para o Ocidente", diz,
sobre a opção de ser ou não celibatário.
O arcebispo lembra que há padres casados na Igreja. "No Oriente
cristão católico há padres casados. Isso não é estranho. A Igreja
sempre teve padres casados."
O arcebispo de Teresina diz que "recentemente o papa Bento 16
acolheu padres que saíram da Igreja Anglicana, com suas famílias, e se
tornaram católicos". E afirma que existe espaço para que essa mudança
seja aceita.
Ligado à Teologia da Libertação, linha que nos anos 80 ligava o
catolicismo ao marxismo, dom Jacinto se considera um religioso que
defende uma renovação de ideias.
Folha
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